Waze financeiro
Seria muito bom se existisse um Waze financeiro, que evitasse os perigos na área de investimentos. Mas não fique triste, você pode usar o Mosca! Hahahah....
Você deve responder as seguintes questões: O crescimento econômico esperado é positivo ou negativo? O ambiente será inflacionário ou deflacionário? Com estas respostas, o "Waze financeiro" recomenda:
A grande questão é se o mundo está entrando numa deflação. Muito se tem escrito sobre o assunto e ironicamente, grande parte do BC's tem injetado montantes elevados de moeda no sistema. Como essa ação não gerou inflação? O gráfico a seguir, não deixa dúvida que a situação é perigosa, vivemos as menores taxas de inflação das últimas décadas.
Será que as autoridades monetárias estão usando políticas apropriadas? Num mundo onde o trabalho e o Capital é abundante, deixar os juros em 0% resolve? O Capital pode ser utilizado pelas empresas de duas formas:
- Emprestar para abrir novas fábricas, equipamentos, novas contratações - Isso acarretaria em crescimento econômico, criação de empregos e acumulo de Capital.
- Emprestar para recomprar suas ações ou comprar os competidores - Não existe formação de Capital, destruição de empregos, concentração de ativos em poucas mãos, e elevação do risco pelo aumento da alavancagem.
Não se tem dúvidas que o que vem acontecendo ultimamente é o segundo caso, o que torna mais importante identificar que tipo de deflação podemos estar vivendo. Eu escrevi bastante sobre o assunto desde que o Mosca foi postado. Se você quiser consultar estes posts, use o link deflação. Existem dois tipos de deflação, a ruim e a boa, na ilustração acima a primeira é denominada como Deflationary Bust, e a segunda, Deflationary Boom. Em qual cenário estamos?
Vou listar as forças que têm levado as economias para a deflação.
Capitalismo
O Capitalismo por si já é deflacionário, a busca por redução de custos e aumento dos lucros é uma busca incessante para baratear os produtos. Este processo continua em andamento e recentemente turbinado pela mudança do custo relativo do trabalho e capital pela robótica, assunto amplamente apresentado no blog.
Xisto
A elevada produção do Xisto pelos USA nos últimos 10 anos, competindo diretamente com o petróleo alterou significativamente dois itens muito importantes: a diminuição das importações de petróleo, com um impacto significativo na balança de pagamentos e a recente queda abrupta do preço do petróleo nos mercados internacionais.
Dólar-Dólar
A recente alta do dólar nos mercados de câmbios contra todas as moedas, tem um efeito deflacionário, uma vez que os produtos tendem a ficar mais baratos nessa moeda. O gráfico a seguir relativo ao U.S._Dollar_Index, uma cesta de moedas, mostra claramente a alta da moeda americana desde 2011.
Eu aproveitei para anotar nesse gráfico o momento que o blog começou. Os leitores antigos sabem, que eu recomendei a compra de dólares, quando nos mercados o dólar estava sendo questionado como moeda de troca, iria virar pó in-god-we-trust. Daquele momento até hoje, uma valorização de 23%!
Europa
O que mais pode-se dizer da Europa do que já foi dito? Está uma draga! Desafiando aquele ditado onde um negócio só é bom, se for para os dois lados, no caso do euro como moeda única, só foi bom para a Alemanha. Também são os únicos que trabalham sério!
Em que deflação nos encontramos, a boa ou a ruim? Pelos movimentos dos mercados financeiros, o "Waze financeiro" aponta para o ruim: Buy : Government Bonds - Sell: Emerging Markets, Commodities.
- David, parece preocupante, o que você sugere?
Por enquanto os mercados vêm dominados pelo medo da deflação ruim, e os gráficos vem apontando para isso, com exceção da bolsa. Assim como o trafico, que um dia é melhor ir pela a Rebouças, outro não, vamos ficar ligados no Waze financeiro que uso, os gráficos.
O euro está indo bem, no post FED-buscando-palavras, minha recomendação de compra a 1,2370/1,2350 foi executada, o mínimo foi de 1,2361. Pode-se elevar o stoploss para 1,2340 e caso negocie novamente ~1,2370, compre mais uma porção igual a primeira, mantendo o mesmo stop. Aumentarão as chances da moeda única ir buscar a casa dos 1,29.
Mas hoje vou comentar sobre o real. No último post sangue-frio publiquei um gráfico importante para sua decisão. Veja a seguir, atualizado pela cotação atual de R$ 2,66
Tudo indica que os R$ 2,75 será um presente de Natal para o BCB, mais pressão na inflação e aumento do déficit pelo custo do hedge. Melhor dizendo, um presente de grego. Se tudo correr conforme aparenta ainda teremos mais 3,5% de alta do dólar. Mas existem dois fatores que me preocupariam caso estivesse comprado no dólar: 1) Acreditando que o euro entrou numa fase de correção, isso deveria impactar as outras moedas; 2) Os dados de mometum vem mostrando cansaço.
Trabalhar com gráficos é trabalhar com probabilidades. Se você compra um carro que tem 1% de chance de vir com defeito, mas é o seu que apresentou o defeito, para você a chance é de 100%. O ideal seria que houvesse um spike do dólar, e atingisse os R$ 2,75. Se isto acontecer, caia fora do dólar rápido.
O SP500 fechou a 2.035, com alta de 0,45%; o USDBRL a R$ 2,6494, com alta de 1,32%; o EURUSD a 1,2392, com baixa de 0,44%; o ouro US$ 1.224, com queda de 0,11%.
Fique ligado!
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