O castigo

Educar um filho é uma tarefa que não existe manual. Quando pequenos, tudo é alegria, suas descobertas do mundo são lembranças que ficam gravadas para sempre, porém quando crescem, as coisas começam a ficar mais complicadas. Vale aquele ditado: "filhos pequenos, pequenos problemas, filhos grandes, grandes problemas". A adolescência é uma fase crítica, pois dizem os psicólogos que é nesta fase que precisam desconstruir os pais para construir sua própria identidade. Neste momento é que os limites são fundamentais para sua formação.

Para os casais que tem mais de um filho sabem que cada filho é diferente do outro, e que os limites a serem impostos são diferentes para cada um. Mas como agir? Normalmente um dos filhos é mais frágil que os outros, e os pais tendem a não colocar os limites de forma mais firme, ficam com "pena", esse sentimento não é racional. Qual vai funcionar melhor é uma incógnita, pois entra em cena uma série de variáveis. Agora, certamente o que não se deve fazer é colocar um castigo e não cumprir, as consequências virão no futuro, tanto para os pais, como para os próprios filhos.

Para não estender mais neste assunto que foge ao Mosca, só queria acrescentar que, quando os pais são separados, situação bastante corriqueira nos dias de hoje, a educação é um desafio muitíssimo maior, afinal se o casal se separou, é porque não concordavam entre si. Faço parte de um grupo de homens separados que se encontram a cada quinze dias para jantar. Durante esses seis anos, o compartilhamento das situações é muito enriquecedor e educativo. Minha experiência indica que, os casais que se separam, conseguem raramente ajustar suas divergências, impactando negativamente nas crianças. A diretriz  com os filhos fica muito misturada, onde as disputas entre o casais refletem diretamente nos filhos.

O ano de 2015 vislumbra com muitas divergências entre os principais países, A seguir, destaco quatro:

  1. Os Estados Unidos devem continuar melhorando sua performance econômica. Com um mercado de trabalho mais forte, acompanhado de uma recuperação nos salários.
  2. A China deverá se estabilizar com um crescimento menor do que ocorreu nos últimos anos, e continuando a maturar estruturalmente.
  3. A Europa vai lutar, uma vez que a estagnação econômica acarretará desencanto social e político em alguns países, complicando as decisões regionais.
  4.  E por último, os países "coringas" cujo tamanho e conectividade podem ter implicações sistêmicas importantes. Destacam-se dois: Rússia e Brasil. O primeiro, com problemas de fuga de Capitais, uma moeda em colapso terá que decidir se re-acopla ou não ao Ocidente, e construir uma economia mais estável; o segundo como bem sabemos, a "nova" Presidenta vai estar por um lado enfrentando as consequências da corrupção, interminável na Petrobrás & Cia, e uma economia que precisa crescer, mais que também, precisa ser posta em ordem. Tarefas que são conflitantes para o próximo ano.
Nesse final de semana vou escrever um post explicando o tema do Mosca para 2015. Posso adiantar que leva em consideração dois dos tópicos acima. No tópico 1, independente das discussões colocadas no post de ontem fed-buscando-palavras, se o FED vai ou não, substituir o Considerable time, ficará a dúvida se ele sobe ou não os juros no próximo ano.

Jeff Gunlach, o novo titã no mercado de títulos, em sua última apresentação disse: ..."Eu estou razoavelmente convencido que o FED vai subir os juros"... Enfatiza que não será por questões fundamentais mais filosóficas. Acrescenta que, alguns membros do FED estão nervosos com as implicações dessa política de juros 0%..."Eles vão subir os juros só para ver o que acontece". O gráfico abaixo, mostra as expectativas do mercado para os juros nos últimos anos.


Eu simpatizo com seus argumentos, já faz muito tempo que o mercado está desafiando o FED a elevar as taxas de juros, e que em seguida, terão muitas dificuldades em administrar. Como no caso dos limites dados aos filhos, os membros do FED podem ser compelidos a subir os juros, para mostrar sua autoridade. Se terá algum efeito ou não, vamos ter que conferir.

Ele apresentou alguns outros slides que são interessantes, o próximo estratifica quem são os maiores detentores da dívida americana, não apresentando concentração em nenhum grupo.


O próximo e mais preocupante, apresenta a projeção das receitas e despesas do governo americano, como percentagem do PIB.


E por último, compara o nível de alavancagem, em vários momentos no tempo, incluindo o FED.


Parece não haver dúvidas, que eu me precipitei com a liquidação da posição de ouro. No post tortura-sem-fim, fiz os seguintes comentários ...Calculo que, uma nova mínima é possível num patamar abaixo de US$ 1.130 (A). Agora, se por acaso o ouro ao invés de cair, subir, ultrapassando o nível de US$ 1.260 (B), com certeza eu me precipitei. Paciência ...com o gráfico a seguir.


Antigamente, uma situação dessas me deixava furioso, ficava com a sensação que tinha perdido a oportunidade da vida! O pior era quando, por sentir tanta raiva, decidia apostar ao contrário. Por exemplo neste caso pensaria: Como o ouro não tinha seguido o que eu projetava? O mercado é burro, vai cair! Agora não, aguardo para ver quais são os próximos passos. Mas as vezes tenho recaídas! Hahahah...

Como mencionado acima, o ouro ainda tem que ultrapassar o nível de US$ 1.260, ou melhor, o intervalo apontado acima. Se o rumo do ouro mudou de baixa para alta, algo que eu estou esperando, teremos muito tempo para entrar na posição. O objetivo não é acertar o bumbum da mosca, isso só acontece por sorte, e sim na mosca!

O SP500 fechou a 2.26, com queda de 1,64%; o USDBRL a R$ 2,6150, com alta de 0,86%; o EURUSD a 1,2443, com alta de 0,55%; e o ouro a US$ 1.226, com queda de 0,34%.
Fique ligado!

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