Vento contra

Aos vinte anos de idade acreditamos entender de tudo. Com a pequena experiência de vida adquirida, é só exercitar um pouco, e pronto. Numa dessas situações, fui  a uma represa com alguns amigos que já sabiam velejar. Depois de dois minutos de conversa, me senti apto a sair sozinho, afinal era simples: Vento a favor, deixe a vela te levar, vento contra, navegue em ziz-zag.

Na ida foi uma beleza, com vento a favor, fui velejando sentindo-me um az, quem sabe poderia participar de um campeonato? Hahahah... Depois de algumas milhas, era hora de voltar, pois já era final de tarde. Aí que começou a dificuldade, lembrei-me das recomendações, fazer um zig-zag, de tal forma que ao completar vários movimento desses, iria me aproximar da borda. Não saí do lugar! Depois de algumas tentativas e já bastante cansado, resolvi pegar uma corda e ir puxando o barco a nado, até que alguém me visse. Cheguei morto e percebi que velejar não era minha praia.

A economia americana vem mostrando sinais de recuperação nos últimos meses. Acontece que, com a globalização, isso é uma condição necessária mas não suficiente, depende da performance dos outros países. No Japão, depois de alguns trimestres positivos, a ameaça da recessão bateu em sua porta, culminando com dois trimestres negativos, critério adotado para considerar em recessão. População velha, falta de poupança e uma dívida enorme, continuam a ser a praga da prosperidade econômica.

Outro parceiro importante, a Europa, entrou agora efetivamente no que se denomina em economia, "armadilha da liquidez", isso ocorre quando uma economia já não responde aos estímulos monetários. Seus membros continuam a recusar a necessidade de reformas estruturais, para enfrentar seus elevados níveis endividamento. Como pode-se observar na figura abaixo, desde de 2007, uma curva descente de crescimento econômico demonstra o problema real. Com idas e vindas na atividade, os países da Eurozona, simplesmente não conseguem decolar.

 O dólar vem se apreciando de uma maneira generalizada contra a maioria das moedas, e isso deverá afetar suas exportações, particularmente com o Japão, Eurozona e a China, haja visto que 40% dos lucros das empresas dependem dessas exportações. O impacto em sua rentabilidade pode ser maior que o antecipado.
Embora essas análises sugerem que uma recessão nos USA não é iminente, acreditar que a economia americana pode-se dissociar do resto do mundo é descabida. No gráfico abaixo percebe-se que, historicamente, não conseguiu se acelerar quando a Europa e o Japão, em conjunto, estavam fracos.

A recente dissociação da economia dos USA (em vermelho pontilhado), provavelmente não conseguira resistir a fraqueza dos seus dois maiores parceiros comerciais. Será que os economistas que estão projetando a melhora da economia americana, são jovens que acreditam que velejar contra o vento, não é difícil? Sugiro que façam o teste! Ah, antes que eu me esqueça, não tente esta semana, a previsão de tempo é de cinco dias, com pesadas nevascas, na faixa entre a Pensilvânia e Nova York.

- David, vai virar o homem, ou melhor, o mosca do tempo! Hahahah ...
Esta é a semana de Thanksgiving, junto com a liquidação do comércio na sexta-feira (Black Friday). O comércio espera com muita ansiedade esta data, uma vez que representa uma parcela significativa de suas vendas anuais. Com muito frio as pessoas não saem de casa, haja visto o que aconteceu no 1º trimestre.

Eu perdi essa! O Super Mário depois de ficar irritado com seus chefes, principalmente os Alemães, e vendo que poderia ficar com o maior mico em sua mão, afinal não adiantaria em nada dar a desculpa da Dilma colocando a culpa no exterior, soltou a seguinte frase: ..."Nós vamos fazer o que precisar ser feito, para subir a inflação"... Se alguém tivesse apostado comigo nos anos 80, 90, 2000, que o Presidente de um BC sério, iria soltar essa frase, eu teria perdido minhas calças! Tempos Modernos ....

O euro levou um choque de imediato, e caiu quase 1% na sexta-feira passada. Minha previsão de recuperação ficou bem comprometida os-helicópteros-invisíveis-da-china. Agora acredito que uma nova mínima será atingida ao redor de 1,235/1,23. No meu twitter acerta_alvo, eu propus um trade de curto prazo, para buscar um "troquinho".

Se minha ideia estiver correta, após atingir esse nível, eu imagino duas possibilidades: Uma reversão importante das cotações, algo entre 1,295/ 1,335, movimento esse que deverá ocorrer em várias semanas, ou ainda continuação da queda até níveis mais baixos, mas não muito.

- Legal David, como sempre, se não subir, vai cair. Come on!
Vamos combinar o seguinte, antes de fazer planos mirabolantes, vamos ver se a queda que estou imaginando acontece. Dependendo da análise técnica, teremos pistas melhores, assim vamos de curto prazo, por enquanto. Ah, providencie uma mordaça para o Super Mário não estragar nossa festa! Hahahah...

 O SP500 fechou a 2.069, com alta de 0,29%; o USDBRL a R$ 2,5453, com alta de 1,20%; o EURUSD a 1,2439, com alta de 0,41%; o uro a US$ 1.197, com queda de 0,33%.
Fique ligado!

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