Os Magnatas

Imagine-se chegando numa festa, onde estão novecentos convidados de classe média, vestidos decentemente, sem luxo. Ao chegar com sua Ferrari vermelha, entrega seu carro ao Valet, que fica muito constrangido e receoso de estacionar esta máquina. Você e sua esposa estão vestidos com roupas das melhores marcas e ostentando joias caríssimas.

Ao entrar no salão, todo mundo fica observando o casal, medindo da cabeça aos pés, e em seguida começa um cochicho: "Você viu o vestido dela? E aquele colar, o que me diz? O manobrista comentou que nunca viu um carro como o deles" e etc... Como você se sentiria? Provavelmente sairia correndo e tomaria um banho de sal grosso, para tirar o mal olhado.

É assim que os 0,1% dos americanos mais ricos devem se sentir. Um estudo feito ao final de 2013, mostra que, esta parcela da população tem o mesmo nível de riqueza que 90% dos americanos. Será que não tem alguma coisa errada?

 Ao observar este gráfico, nota-se que no final dos anos 20, ainda era pior, pois os 90% detinham somente 16% do total da riqueza americana, consideravelmente menos que os 0,1% da população com com 24% da riqueza. Foi quando aconteceu o crash de 1929. Desde então, até o final da 2ª Grande Guerra, a riqueza da classe média subiu constantemente graças ao: colapso do patrimônio dos ricos; portfólio de ações; crescimento da renda; e aquisição da casa própria. A partir dos anos 80, esta tendência reverteu, dando lugar a situação atual.

Assim 160.000 famílias têm um patrimônio médio de US$ 73 milhões, enquanto 144.000.000 ficam com US$ 80 mil, em média. Esta divisão parece nitidamente desequilibrada. Existem duas formas extremas de se equalizar estas diferenças: A primeira é a socialista, soma tudo e divide entre todos, que não é factível nos USA; e a outra através da queda do valor dos ativos, o que aconteceu de certa forma, no primeiro período citado acima.

Existia uma imagem antiga que os USA é o país da classe média, e era verdadeira até os anos 80, mas não é mais, agora é o país da concentração de renda, conquistado basicamente através da valorização das bolsas e residências, nestas últimas décadas.

Como os leitores sabem, estou com as atenções voltadas ao mercado de ouro, depois de ter atingido um nível considerado importante do ponto de vista técnico. No post obama-you-have-problem, estabeleci o intervalo entre US$ 1.150 e US$ 1.050, como passível desta mudança de trajetória. Finalizei com o seguinte comentário: ...Como havia dito, agora, só me resta acompanhar para identificar uma possível reversão...Nestes últimos dias, vejam sua trajetória.


Depois de atingir a mínima de US$ 1.132, experimentou uma alta expressiva de mais de US$ 45 num dia, atingindo US$ 1.178, que está identificado acima.

- Boa David, acertou na asa da mosca! Hahahah... Vamos as compras!
Criativa a sua colocação! Mas baixe a bola, não vamos comprar nada ainda, pode ter sido um respiro, e voltar a cair. Precisamos duas provas adicionais para ter-se uma certa segurança: primeiro passar os US$ 1.180 e em seguida US$ 1.220, e mesmo assim quero ver de que forma. Em todo caso, se quiser fazer uma aposta arriscada, tipo jogar na loteria, compre com um stop a US$ 1.132, mas não é recomendável.

Hoje participei da reunião mensal da Rosenberg, e foi equivalente a assistir um filme de terror as 10 horas da manhã. Para ser sincero, foi pior, uma vez que os filmes  acabam bem. Este será o título do post de amanhã, preparem-se!

O SP500 fechou a 2.038, sem variação; o USDBRL a R$ 2,5657, com alta de 0,36%; o EURUSD a 1,2436, com queda de 0,30%; e o ouro a US$ 1.159, com queda de 0,41%.
Fique ligado!

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