Os Helicópteros "invisíveis" da China

Nos últimos dias a Europa e Japão, anunciaram que usarão os helicópteros que os USA tinham encomendado, e depois cancelaram. Mas no "céu da liquidez" havia outro país utilizando do mesmo expediente. Se você pensou na China acertou. O mundo Ocidental sabe que as informações daquele país, nem sempre estão disponíveis.

Ontem o BC da China confirmou que injetou US$ 126 bilhões nos últimos dois meses, através de operações no mercado aberto, por 90 dias e com taxa de 3,5% a.a. Está operação equivale a uma redução de 0,75% na taxa das reservas. Segundo alguns economistas, "O Banco central da China vai intensificar o esforço para reduzir o custo dos fundos voltados para economia". Esta é uma mudança na forma como vinha sendo conduzida a política monetária, que ao invés de ampliar estímulos fiscais, age agora com medidas que impactem o nível de juros. Desta forma, evitam aumentar os riscos de maus empréstimos.

Como comentei no post Obama-you-have-problem, os preços das commodities metálicas vem caindo nos últimos meses, e como a China é o único país que ainda cresce a taxas descentes, o mercado desconfia que exista lá uma desaceleração que não está sendo capturada, nos indicadores publicados. O Deustche Bank, em um estudo recente, diminuiu suas projeções quanto ao crescimento do PIB, nada grave. Um dos setores que vem sustentando aquela economia, é o imobiliário. A China com 1,3 bilhão de habitantes, e que há trinta anos era predominantemente rural, precisa de muitas moradias. Os preços dos imóveis subiram bastante nos últimos anos, porém recentemente estão caindo em todo o país, como mostra o gráfico a seguir.


A China continua como uma grande incógnita.

Um pesquisador interessado em avaliar as condições das pessoas no mundo, mostrou que nem tudo é tão ruim assim. O Dr. Mar Roser, da Oxford Martin School, criou um site ourworldindata, que conta de uma forma visual, como o mundo está mudando. O gráfico a seguir mostra que o crescimento do PIB, fez com que as desigualdades diminuíssem.


Os salários estão crescendo num ritmo maior que a inflação de alimentos.


De uma forma geral, houve uma melhoria substancial nas condições de vida nos países mais pobres, o que deveria ser um dos objetivos de qualquer governo. Acontece que o mundo não é uma coisa única. Como contra partida, a classe média dos países desenvolvidos teve uma estagnação, uma vez que boa parte dos produtos que eram feitos lá, foram terceirizada para países como China e Índia, que realizam o mesmo trabalho, com salários muito inferiores.

No mês de outubro foram criados 214.000 novas vagas nos USA, um pouco abaixo da expectativa do mercado. A taxa de desemprego recuou para 5,8%. O restante dos dados não se alteraram muito, e o aumento dos salários ainda não representam ameaça à inflação, permanecendo em 2% a.a. O grande problema que o FED terá nos próximos meses e assumir ou não, se as pessoas que saíram do mercado de trabalho, depois da crise de 2008, vão ou não retornar ao mercado de trabalho. Pois, caso não retornem, já no início de 2015 a economia estará a pleno emprego.


O comentário de mercado que vocês esperariam hoje, seria sobre o real, certo? Depois de ter rompido o nível de R$ 2,55, eu disse que o próximo ponto seria R$ 2,70. Ao analisar os gráficos de mais longo prazo, fiquei em dúvida! Vou precisar estudar melhor neste final de semana, principalmente em termos da Eliott Wave. Já em relação ao momentum, em todos os prazos de análise, eles estão "muito esticados", indicando no mínimo, uma consolidação a seguir.

Vamos então ao euro, no post a-Dilma-esta-aeciando, eu comentei: ...se ele romper o nível de 1,25, aí sim, dou minha mão a palmatoria, e digo mais, isto significa que o euro está muito, muito fraco...E foi o que aconteceu, rompeu o nível de 1,25. Posso até estar torcendo, mas não me convenceu, que vai continuar caindo muito mais. O que eu notei nestes últimos anos, nos mercados de câmbio, é que as cotações atingem níveis um pouco mais elevados (ou inferiores) que a análise sugere. Talvez este seja o caso.
Bem, não que foi uma grande oportunidade perdida, pois a um nível de 1,24, representa menos de 1% de queda. Eu ainda vou esperar uma recuperação para vender, acho que uma venda agora, não dará grandes lucros.

O SP500 fechou a 2.031, sem alteração o USDBRL a R$ 2,5580, com queda de 0,44%; o EURUSD a 1,2459, com alta de 0,70%; e o ouro a US$ 1.176, com alta de 3,01%.
Fique ligado!

Comentários