Más Companhias

Nós lembramos normalmente de nossa adolescência, quando nossos filhos estão passando por esta fase. Outro dia, fiquei pensando os motivos para essa "amnésia induzida", cheguei a uma conclusão que é para evitar comparações, mas por que isso? Se estamos bem é porquê passamos os perigos dessa fase sem grandes problemas, mas que houveram riscos, não há dúvidas.

E se nós passamos, por que nossos filhos não terão que passar? A verdade é que temos medo que algo de ruim aconteça com eles, então é preferível "esquecer", fazendo de conta que não existiu!

Sem precisar entrar muito nos temas atuais da sociedade, existe um cuidado que passa de geração em geração, quem são os amigos de nossos filhos. Isto funciona até hoje, pois se nesta fase de formação dos jovens, eles se envolvem com adolescentes "suspeitos", existe uma grande chance de problemas mais adiante.

 Uma espiral perigosa vem tomando conta dos países denominados emergentes, que se encontram na "adolescência econômica". De uma maneira geral, temos observado os seguintes mecanismos de causa-efeito:

  • Saídas de Capital, levando a queda de investimentos.
  • Em seguida, depreciação cambial.
  • Aumento da inflação, perda do poder de compra e queda no consumo.
  • O Banco Central se depara com crescimento lento e inflação.
  • O crescimento baixo, aumenta as saídas de Capital.
Vários países emergentes, de grande porte, foram apanhados nesta perigosa, espiral: Rússia, Brasil, Turquia, Argentina, Índia e Africa do Sul.

Fase I - Saídas de Capital e enfraquecimento dos Investimentos

Isto pode ser visto na Rússia e Argentina desde 2013, e desde o verão de 2014 no hemisfério Norte, no Brasil, Turquia, Africa do Sul e Índia. 

Fase II - Depreciação Cambial



Fase III - Inflação Importada, queda do poder de compra, queda do consumo

A inflação está subindo no Brasil, Rússia, Turquia, Argentina e Africa do Sul. A única exceção é a Índia desde o início de 2014 (gráficos 5A e B). A inflação está reduzindo o salário real e consumo na Rússia, Brazil, Turquia, Argentina e Africa do Sul ( gráficos 6A e B, 7A e B).


Fase IV - Problemas para os Bancos Centrais

Os Bancos Centrais são deparados com crescimentos baixos do PIB e inflação ascendente.


 Fase V - Amplificação das saídas de Capital

Se há um crescimento lento e, mais ainda, se o Banco Central não reage a inflação e dá origem a taxas de juros reais negativas, as saídas de Capital são amplificadas e a perigosa espiral, torna-se autosustentável. Este parece ser o caso da Rússia, Africa do Sul e Argentina.


Mas como sair dessa enrascada? Se os Bancos Centrais reagem ao aumento da inflação subindo os juros, amplifica a queda da atividade econômica. Se eles reagem ao crescimento lento, deixando os juros baixos, amplifica a saída de Capitais. E neste cenário, que a Presidenta Dilma terá que iniciar seu segundo mandato, "se correr o bicho pega e se ficar o bicho mata!"

Se na época do Lula, ao invés dele ter ficado viajando por todas as partes, tivesse aproveitado a bonança, para preparar o país aos novos tempos, não estaríamos nesta situação. Mas não, preferiu a companhia da Venezuela, Cuba e Argentina, ao invés de se espelhar nas economias Asiáticas. Por isso estamos pagando o preço desta arrogância e miopia. Ele acredita que nós brasileiros somos mais "espertos", isso é que deu andar em más companhias!

No último post que comentei sobre a bolsa americana os-filhinhos-do-governo, eu propus um trade oportunístico, visando uma correção do SP500, e fomos stopados, com uma perda inferior a 1%. A partir daí, o índice atingiu novas altas históricas. 

Um post mais antigo eu-avisei, fiz algumas premissas de mais longo prazo, que pode estar voltando a cena: ... Analisando-se o gráfico abaixo, chego a conclusões semelhantes, o nível atual, próximo a 1.900, é um divisor de águas, se conseguir ultrapassar, podem esperar para o futuro 2.200 ou 3.100, uma alta de 17% e 65%, respectivamente. Agora caso não consiga ultrapassar, e um movimento de queda se inicie, pode ser expressiva, a tão esperada onda C...

Como pode-se ver abaixo, houveram duas tentativas de rompimento do nível de 1.900, sendo esta última mais profunda. Porém logo em seguida, o mercado reagiu e parece continuar em sua trajetória rumo aos 2.200 citado acima.

Mesmo existindo muitos trabalhos alertando para os perigos que a bolsa americana apresenta, com argumentações boas para tanto, o SP500 continua firme e forte! Como dizia meu ex-sócio da Linear: "Contra o fluxo não há argumentos".

Já passei por várias situações de mercado, onde um determinado ativo parecia estar muito caro, e aprendi que este fato por si só, não é uma condição necessária para que caia. Pode demorar muito tempo, até que isso aconteça. 

O que não fazer? - Com certeza é não teimar e apostar contra. 
E o que fazer? - Se você acredita que está muito caro, verifique se suas premissas estão corretas. Se estão, fique observando e arrisque pequeno, quando o mercado te der alguma indicação, assim como fizemos recentemente. Só isso, não tente inventar, nem achar que só você vai acertar o "bumbum da mosca", e vender na cotação máxima, só para contar para os amigos. Vai ficar frustrado e pobre!

O SP500 fechou a 2.039, sem variação; o USDBRL a R$ 2,5565, com alta de 0,18%; o EURUSD a 1,2477, com alta de 0,47%; e o ouro a US$ 1.166, com alta de 1,29%.
Fique ligado!

Comentários