Hipersônico

Desde de criança, eu sempre tive adoração por aviões. Quando estava na idade de servir o exército, pensei em ingressar na força aérea. Minha mãe logo me demoveu desta vontade, ao colocar claramente: ou eles ou ela! Hahahah... Com o advento dos aviões modernos de combate, aqueles que são vistos em alguns filmes, fico perplexo como um piloto consegue controlar o avião, defender-se de ataques e atacar os inimigos, tudo isso, a velocidades superiores a do som.É desta forma que eu comparo nossas contas externas, é necessário um piloto muito hábil.

Parece que Habemus Gubernatorem, mesmo sem que a fumaça branca tivesse saído do Palácio da Alvorada, Joaquim Levy deverá ser nosso Ministro das Finanças. Realmente um up grade em relação ao atual Ministro Mantega, e será de sua responsabilidade pilotar as nossas contas externas. Ontem foram publicados os dados relativos a outubro, e um novo recorde foi atingido de US$ 8,1 bilhões, acumulando nos últimos 12 meses a bagatela de US$ 84,4 bilhões.


Para financiar este déficit, destaque para a entrada de US$ 5,0 bilhões de investimentos direto estrangeiro, acumulando em 12 meses US$ 66,0 bilhões e uma forte entrada de US$ 5,3 bilhões de investimento estrangeiro em carteira, principalmente em renda fixa.

Na composição do déficit pode-se destacar: Balança Comercial com tendência negativa, atingiu US$ 1,2 bilhões. Como nossa principal pauta de exportação são as commodities, e haja visto a queda de preços ultimamente, nada diferente poder-se-ia esperar; Conta de Serviços teve pequena melhora, atingindo US$ 4,3 bilhões, ocasionada pela diminuição das despesas com viagens internacionais; e por último Conta de Rendas com um saldo de US$ 2,8 bilhões, uma pequena piora oriunda do aumento de remessa de lucros e dividendos.

Em termos dessazonalizados e anualizados, a tendência é de continuidade dos déficits em transações correntes nos patamares recentes, puxada pela deterioração da balança comercial, enquanto a conta de serviços deve se reduzir lentamente devido a depreciação cambial, e pode-se esperar uma certa estabilidade na conta de rendas.

Mesmo com estes dados constantemente negativos, o Balanço de Pagamentos apresentou um pequeno superávit de US$ 267 milhões, e no acumulado de 12 meses atingiu US$ 20,3 bilhões. Entretanto, a sua manutenção depende quase que exclusivamente, das entradas na conta capital e financeira. As reservas mantêm-se estáveis na casa dos US$ 376 bilhões, o que garante um conforto importante neste momento de tensões políticas e econômicas.

Os investidores estrangeiros tiveram posições até de certa forma antagônicas, de um lado, como relatado acima, houve uma expressiva entrada de recursos tanto através de investimentos direto como em aplicações em renda fixa. Por outro lado os swaps cambiais oferecidos pelo BC ao mercado, atingiram a cifra de US$ 109,0 bilhões, equivalente a 29% das reservas, além de uma posição detida pelos estrangeiros na BMF, em contratos de dólar, equivalente a US$ 31, 3 bilhões. Uma elevação de quase US$ 10,0 bilhões desde setembro último.

Várias hipóteses podem ser imaginadas a partir destas observações, porém sem que nenhuma delas seja conclusiva. O que importa no meu entendimento, é que o piloto desse avião não gastou nenhum míssil até agora (reservas em US$ intactas), embora o céu esteja cheio de inimigos! A vantagem é que para reabastecer os aviões locais, basta aterrissar aqui (recebe juros) , enquanto os inimigos vão ter um custo enorme (pagam juros elevados)! Vamos ver quem será o vencedor desta batalha!

No post boa-noticia, meus comentários sobre real foram: ...Por enquanto não há nenhum sinal maior de realização e somente abaixo de R$ 2,53/2,54, uma correção mais ampla pode-se esperar...Na sexta-feira chegou a negociar próximo a R$ 2,50, e ontem o dólar subiu.


O gráfico acima parece um pouco poluído, mas vamos por partes.
- David, já sei, se não cair vai subir. Não dá para você mudar o disco!

Como diria um amigo Francês: Je suis désolé! Primeiro atente-se ao pivô R$ 2,48/2,49, caso o dólar caia até lá, é muito importante se vai conseguir romper a reta traçada. Abre-se dois cenários: 1- Uma continuidade da queda até os níveis de R$ 2,35/2,40; 2 - Uma retomada do movimento de alta para atingir o objetivo mencionado antes de R$ 2,75.

A principal razão dessas indefinições, é que os dados de momentum apresentam sinais opostos, enquanto os mais longos são de alta do dólar, os mais curto são de neutralidade. O que poderá fazer uma grande diferença será qual a definição que o novo Ministro das Finanças dará ao câmbio, carta branca ao Tombini na continuidade dos swaps ou interromper as rolagens? No curto prazo aposto na primeira, ninguém é louco de colocar mais lenha na fogueira agora. Mas no médio prazo, ele vai querer um câmbio mais depreciado para ajudar a indústria ou mais contido para combater a inflação? Muitas dúvidas!

Outro fator que destaquei no gráfico é a elevação dos volumes transacionados no câmbio desde o final de outubro. A conferir daqui em diante.

O SP500 fechou a 2.067, com queda de 0,10%; o USDBRL a R$ 2,5296, com queda de 0,62%; o EURUSD a 1,2475, com alta de 0,26%; e o ouro a US$ 1.200, com alta de 0,25%.
Fique ligado!


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