FED: Nos mínimos detalhes

Na década de 60, os programas humorísticos eram melhores que os atuais. Atualmente, não vejo graça em nenhum deles. Quando o programa, A Praça é Nossa, era dirigida por Manoel da Nóbrega, o ator Rony Rios fazia o papel do engomado Explicadinho, que sempre repita a frase: "É que eu gosto das coisas bem explicadinhas, nos seus míííííííínimos detalhes ..." Minha experiência de vida mostrou que, quando alguma coisa tem que ser muito explicada, ou é porque a pessoa quer te enrolar, ou porque não dá para entender. Normalmente, argumentos simples são os que funcionam melhor.

Não é o que vem acontecendo no FED. Nestes últimos anos, a autoridade americana desenvolveu numerosas ferramentas de comunicação, cujo objetivo é dar mais transparência. Uma delas em particular evoluiu significativamente - os relatórios publicados após as reuniões. Isto iniciou-se em 1994, com um sumário breve, que era emitido somente quando havia uma mudança de política. A partir de 1999, começou-se a emitir a cada término de reunião.

O aumento de transparência, beneficiou os mercados financeiros por ancorar melhor as expectativas de inflação. Por outro lado, implicou em relatórios mais extensos e potencialmente mais complexos. Para se analisar a clareza desses, um estudo usou um índice Flesch_Kincaid_readability_tests, que mede qual o grau de instrução necessário, para compreensão do texto. Esse índice combina duas medidas da complexidade do texto - média do número de palavras e o comprimento das sentenças -  para gerar o nível de leitura. Esse índice corresponde ao número de anos necessários de escola.

A figura a seguir, mostra o grau de leitura (eixo vertical); e o tamanho do círculo o número de palavras. Eles estão destacados por cor, de acordo com os períodos recentes dos seus Presidentes, Alan Greespan, Ben Bernanke e Janet Yellen.

Saltam aos olhos que, após a crise de 2008, o relatório publicado a cada reunião, ficou mais extenso e complexo. Será que isso é bom? Essa pergunta não tem resposta, porém noto que os analistas interpretam as palavras publicadas, criando um racional de futuras ações do FED . Talvez esse caso seja uma exceção do que a vida me ensinou, veremos, mas com certeza o Rony Rios gostaria, pois eles explicam nos mííííínimos detalhes! Hahahah ...

Vocês devem ter visto, que eu incluí um link para o meu twitter, encontra-se acima, do lado direto do blog. Hoje iniciei com uma postagem sobre o USDBRL, com informações de curtíssimo prazo, que não vou publicar aqui, dado seu objetivo oportunista.

No último post sobre o real delta-21-delta-21-câmbio, fiz os seguintes comentários e gráfico: ...Mas os "vendidos" (PT! Hahahahah....) precisam vencer duas batalhas, primeiro o rompimento da reta apontada acima de R$ 2,47 (2);  e principalmente  o nível de R$ 2,36 (3)...
O dólar chegou a cair até o nível de R$ 2,3927, porém não atingiu o nível de R$ 2,36. Como vocês podem verificar no gráfico a seguir, a volatilidade aumentou muito, variações superiores a 1% durante num dia, tornaram-se rotina. Os motivo é resultado das eleições e do movimento do dólar no exterior.
Muitas hipóteses podem ser elaboradas com este movimento mais recente. Se eu pretendesse explicar cada uma delas, iria confundi-los. Só com o passar do tempo, ficará mais claro, qual irá prevalecer. Prefiro deixar os intervalos maiores, que indicariam ou uma retomada do movimento de alta ou de queda, estes níveis são R$ 2,54/2,55 e R$ 2,39/2,40, respectivamente. Os gráficos de momentum de mais longo prazo, indicam alta do dólar. Notem também que, o volume negociado na última sexta-feira, foi elevado.

- David, nenhuma dica no ativo que tenho muito interesse?
Lamento, mas por enquanto, não posso sugerir nada, fique apenas com a indicação de alta no mais longo prazo. Pelo fato dos juros serem elevados, qualquer engano na hora de entrar, vai comprometer o resultado.

O SP500 fechou a 2.107, sem variação; o USDBRL a R$ 2,4962, com alta de 0,74%; EURUSD a 1,2491, com baixa de 0,26%; e o ouro a US$ 1.165, com queda de 0,68%.
Fique ligado!

Comentários