Boa notícia!

O que menos pode-se esperar atualmente, é a publicação de uma boa notícia. As pessoas tendem a projetar o momento atual vivido para o futuro. Isso vale para o mercado também, se a bolsa cai, vai cair mais e se sobe, vai subir mais. Os psicólogos explicam este fenômeno como medo e ganância. O governo está metido num buraco negro, notícias ruins não faltam, e os "pensadores", conceito que defini no post os-filhinhos-do-governo, andam com muita raiva, pois por pouco, seu candidato Aécio Neves estaria colocando o Brasil no rumo certo.

Nós do mosca temos que ser pragmáticos e analisar sem emoção. Hoje foi publicado o IPCA-15 que ficou em 0,38%, que é uma prévia do que se pode esperar para a inflação do mês de novembro. Pode-se dizer que todas as categorias se desaceleraram, conforme tabela abaixo.

Os grupos com maior peso no índice: alimentação (de 0,69% para 0,56%); e habitação (de 0,80% para 0,56%), retraíram. Os únicos que mostraram alta: artigos de residência (de 0,13% para 0,31%); educação (de 0,08% para 0,18%), foram de pequena magnitude.

Outro fator importante de análise é o grau de difusão, que caiu para 60%. Esse índice mede a percentagem de itens que apontam crescimento em relação ao período anterior de comparação. Situa-se agora, na base dos últimos anos.

Os preços administrados estavam bastante defasados, depois que o governo baixou o preço da energia e manteve o ônibus entre outros. Alguns já começaram a ser reajustados e outros deverão acontecer em breve. Em contra partida, os preços livres apresentaram leve desaceleração, o suficiente para não pressionar mais a inflação.


É muito cedo para soltar rojões, uma vez que vários itens ainda prometem impacto nos índices inflacionários, como o pleno efeito do reajuste da gasolina, energia no Rio de Janeiro, e etc... Mas melhor uma queda, que uma alta! 

Já os "beneficiários", segundo definição que usei no mesmo post citado acima, não devem estar muito felizes, pois está em curso, o processo de esfriamento do mercado de trabalho. Uma mudança na composição vem ocorrendo nos setores. Enquanto o emprego na indústria segue em franca deterioração e até mesmo o comércio dá sinais de fraqueza, outros serviços compensam parte das perdas. Ao mesmo tempo, aqueles que deixam a população ocupada, não estão integrando a população desocupada, mas sim deixando a população economicamente ativa, talvez num sinal de que preferiram um momento mais oportuno da economia para buscar ocupação. O mesmo efeito que o participation rate está ocasionando nos USA.

Em função disso, a massa salarial deve crescer com a menor taxa dos últimos dez anos, e com uma expectativa menor ainda para 2015. Veja na ilustração a seguir, o que os "beneficiários" vão sentir em seus bolsos, pela decisão de reeleger a Dilma.



Vocês não acham que o real até que está se comportando bem, com tantas notícias ruins? No post o-enigma comentei que o movimento estava "esticado" e sujeito a uma realização. Desde então, nossa moeda tem tido um movimento contido, com uma pequena tendência de queda. 

Neste gráfico de curto prazo, vale notar que o movimento de alta do dólar no mês de setembro, foi mais potente, que o observado entre outubro e novembro, embora as suas amplitudes sejam semelhantes. No primeiro subiu aproximadamente 13%, entre a mínima e a máxima, e no segundo 12%. Por enquanto não há nenhum sinal maior de realização e somente abaixo de R$ 2,53/2,54, uma correção mais ampla pode-se esperar. Caso contrário, o objetivo de R$ 2,75 parece estar no radar.

Enquanto nossos pares emergentes tiveram sossego recentemente, o mesmo não aconteceu com o real. Assim, a última alta do dólar por aqui, é resultado dos problemas locais. Também, nenhum desses países tem o privilégio de ter o PT no governo. Eu vou deixar uma sugestão para a Dilma, que tal exportar a diretoria da Petrobras para a Austrália, ou Africa do Sul? Não sei se diminuiria a pressão no câmbio aqui, mas com certeza, a moeda deles iria se depreciar! Hahahah ...


Em virtude dos feriados, o mosca volta a ser publicado diariamente a partir da próxima segunda-feira, dia 24/11, a não ser que algum fator relevante aconteça nestes dias. Assunto não falta, assim, na dúvida, vou colocar alguém de plantão na Polícia Federal! 

O SP500(*) estava a 2.015, sem alteração; o USDBRL a R$ 2,5677, com queda de 0,55%; o EURUSD a 1,2574, com alta de 0,30%; e o ouro a US$ 1.189, com baixa de 0,67%.
Fique ligado!

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