Black Friday, literalmente

Nos Estados Unidos já é costume de longa data, uma liquidação no comércio, depois do dia mais celebrado do ano, Thanksgiving. O objetivo dessa ação é dar início ao período de vendas do Natal. Se você teve oportunidade de estar nesta data nos USA, sabe que tudo entra em liquidação, roupas, eletrodomésticos, livros, celulares, serviços como softwares, restaurantes e etc ... Recentemente, nesses tempos difíceis, o comércio resolveu se antecipar e essas liquidações começam muito antes. Quem sabe daqui a pouco o comércio resolva imitar o FED, e manter o Black Friday o ano todo, assim como ele mantém os juros a 0% por 365 dias! Hahahah....

Esta moda do Black  Friday foi exportada para outros países, inclusive no Brasil, e hoje encontra-se em qualquer parte. Acontece que este ano, um novo produto aderiu, o Petróleo. Ontem a OPEP resolveu manter a cota de produção de seus membros e essa ação fez com que o petróleo tivesse nova queda no mercado internacional. Muita gente ficou surpresa com essa decisão, uma vez que o óleo já amarga uma queda de 25% no ano. Acontece que eles tomam normalmente decisões estratégicas e não táticas.

Se tivessem decido por um corte, seu impacto seria menor que no passado, uma vez que o seu alcance é muito menor hoje em dia, dado o declínio da OPEP na equação energética mundial. Além disso, há considerações estratégicas, devido a inovações tecnológicas, como o impacto do Xisto, e considerações ambientais. O setor enfrenta ventos contrários. Um declínio no preço do petróleo, ao mesmo tempo que causa perdas aos produtores, serve para aliviar algumas questões, haja visto que algumas fontes alternativas de energia, tornam-se inviáveis, como o pré-sal.

No gráfico a seguir, o óleo está se aproximando de um nível bastante delicado de US$ 65, e caso seja rompido, poderia levar o petróleo para US$ 35 no futuro. Acho que é desnecessário qualquer comentário, caso isso aconteça. Um horror, e não seria , por causa do PT! Hahahah...


Para o Brasil, do ponto de vista do BC, é boa notícia, pois a defasagem do preço da gasolina passa a ser contrária, ou seja, os preço atual é superior ao internacional. Para a Petrobrás é mais um problema a enfrentar, pois boa parte dos investimentos feitos no pré-sal correm o risco de ficarem inviáveis, se o óleo cair abaixo de US$ 60, isso sem considerar o "pedágio" pago a turma do Lava Jato. Já a Venezuela, que está numa situação horrível, ficou mais horrível ainda! O câmbio negro é negociado por um preço, 20 vezes superior ao oficial. Milton Leite diria: "Que beleza!". Seu Presidente, Nicólas Maduro, deverá cair literalmente de maduro! Hahahah ....

Com a forte alta do dólar hoje contra o real, parece não haver dúvidas que nossa moeda caminha para os R$ 2,75. A primeira vista, isso pode parecer uma rejeição do mercado ao anúncio da nova equipe econômica, grande engano, as palavras do novo Ministro soaram como música aos ouvidos dos investidores. O que realmente ocasionou esta alta, tem a ver com o assunto de hoje, o petróleo.

Para provar minha hipótese, abaixo encontra-se uma atualização do gráfico contendo as moedas dos países emergentes. Notem, que usei um prazo curto para mostrar o efeito que mencionei.

Na hora do almoço, estive com alguns amigos que também são leitores assíduos do Mosca, pelo menos é o que eles dizem! Hahahah.... Um deles comentou que o motivo da alta do dólar, seria que a nova equipe econômica, não renovaria os swaps cambiais. Pode até acontecer, mas duvido que seria já, afinal isso é pilotado pelo BC, e não pela Fazenda. Fico com minha evidência dos mercados, que o motivo de hoje é o dólar-dólar (lembram?),   turbinado pelo petróleo.

No post hipersônico fiz os seguintes comentários sobre o real: ...Primeiro atente-se ao pivô R$ 2,48/2,49, caso o dólar caia até lá, é muito importante se vai conseguir romper a reta traçada. Abre-se dois cenários: 1- Uma continuidade da queda até os níveis de R$ 2,35/2,40; 2 - Uma retomada do movimento de alta para atingir o objetivo mencionado antes de R$ 2,75... 


O real atingiu exatamente o pivô mencionado acima e retomou o movimento de alta hoje.
Mais uma vez a análise técnica apontou um ponto importante a ser respeitado, parece que isso funciona mesmo! Agora podemos esperar que a cotação chegue a R$ 2,75. Na próxima semana trago mais detalhes, depois de minha análise semanal.

O SP500 fechou a 2.067, com queda de 0,25%; o USDBRL a R$ 2,5701, com alta de 1,58%; o EURUSD a 1,2444, com queda de 0,18%; e o ouro a US$ 1.167, com queda de 2,07%.
Fique ligado!

Comentários