そのたわごと!

A maioria dos leitores não devem estar entendendo qual a chamada do post de hoje. Pois bem, para desfazer a curiosidade, a escrita é em japonês e o significado: "Que me@#a!" É assim que podem ser classificados os últimos dados publicados naquele país, desde que um aumento de imposto foi implantado recentemente.

Resumindo: 1) A balança comercial foi a pior dos últimos 4 meses; 2) PIB do 2º trimestre anualizado foi revisado para baixo -7,1%; 3) Gastos com Investimentos em equipamentos e máquinas -5,1%, o pior desde o 2º trimestre de 2009; e 4) Gastos em consumo -5,3%, o pior de toda a história.


Tudo estava andando bem, desde que o Primeiro-Ministro Shinzo Abe, tomou posse em 2013, e prometeu que faria qualquer coisa para recuperar a cambaleante economia japonesa. Acontece que a dívida naquele país é gigantesca, a maior de todos os países, situando-se ao redor de 240% do PIB. Esta situação mantém-se sustentável, se assim podemos classificá-la, porque os juros locais são "esdrúxulos", e aí não me refiro aos de curto prazo, mas aos de 10 anos que se encontram abaixo de 0,50% a.a.,, e sua dívida é financiada em sua maioria por investidores locais, diminuindo muito a possibilidade de um ataque especulativo.

O Governo calculou que a melhora apresentada nestes dezoito meses já era suficiente para anunciar um aumento de impostos, afinal se a economia tomasse um pulso mais forte, qualquer elevação dos juros tem um efeito alavancado na sustentabilidade de sua dívida, desta forma, elevou os impostos. Uma situação semelhante de elevação de impostos, aconteceu em 1997, e veja o seu impacto nos meses seguintes, no índice Nikkei.


Como o gráfico acima quer alertar, no passado a economia mergulhou novamente numa recessão, afetando o índice acionário, e se isto acontecesse agora, a bolsa poderia cair 25%, caso mantenha a mesma configuração que no passado. Conclusão: Mais helicópteros do Japão à vista!

Por outro lado, um estudo realizado pelo Banco JPMorgan, mostra que o volume de liquidez existente hoje é extremo, e o maior que já existiu. Acontece que dos 4 principais BC's, o único que reduziu foi o ECB, e não por vontade própria, mas porque os Bancos Europeus estavam repagando seus empréstimos tomados em 2012. Entretanto, compilando-se os valores injetados por cada um, o total vêm crescendo sem parar.

Agora que o ECB anunciou seu novo programa na semana passada, pode-se esperar um crescimento mais acelerado das reservas atuais combinadas, que se encontram nos níveis de US$ 11,0 trilhões. Agora, imaginem se o BOJ resolve fazer o mesmo, caso o Japão comece a ratear. Não se pode esquecer que destes valores injetados, cerca de US$ 4,5 trilhões, estão depositados nos BC's pelos bancos comerciais.

O grande risco desta política de copiar seu vizinho, aumenta a chance da criação de bolhas, afinal existe uma inclinação por parte dos investidores de comprar "qualquer coisa" para não deixar o dinheiro parado, Pode-se notar este efeito, nos dois gráficos a seguir, o primeiro apresenta a vertiginosa queda dos retornos nas classes de ativo: imobiliário, ações, títulos e caixa. 

Já o segundo, mostra a diferença percentual, entre o preço máximo e mínimo desde 1995, numa janela de 6 meses, de qualquer ativo imaginado. Veja que incrível, a compressão atual!


É muito difícil saber onde e como isso vai terminar, mas que o preço dos ativos encontram-se distorcidos e que em algum dia isto terá que ser corrigido, não tenho dúvidas. Não vai ser nada agradável, temos que ficar muito atentos.

O USDBRL não se decidiu, nesta última semana encontra-se numa faixa de negociação, bem estreita. No post celebration comentei: ...acima de R$ 2,32 reavaliamos, abaixo de R$ 2,24 aumentam as chances de meu cenário básico R$ 2,10. ... E este ponto mostrou-se importante, do ponto de vista técnico, pois não conseguiu romper. Veja abaixo o gráfico de curto prazo.

O movimento neste período com muita sobreposição de preços, sugere que seja uma correção, assim é esperado que o dólar negocie abaixo dos R$ 2,23. Este episódio confirma minhas observações sobre correções, elas são imprevisíveis. Assim, mantenho minhas premissas de R$ 2,14 ou R$ 2,04.

O SP500 fechou a 2.001, com queda de 0,31%; o USDBRL a R$ 2,2643, com alta de 1,07%; o EURUSD a 1,2895, com queda de 0,42%; e o ouro a US$ 1.254, com queda de 1,10%.
Fique ligado!

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