A China está comendo pelo centro

Existe um famoso ditado que diz: "comendo pelas beiradas", todos conhecem seu significado. Até então, esta era a estratégia da China, quando países tinham alguma disputa em algum assunto comercial. Se era de seu interesse, entrava comendo pelas beiradas. Mas recentemente isso mudou, agora não come mais pelas beiradas e sim pelo centro, diretamente.

Desde que a China disparou seu primeiro tiro no mercado de Petrodólares, um ano atrás, houve uma onda crescente de "desdolarização", em todo comércio de energia do mundo. O uso de PetroYuan não ficou longe das manchetes no ano passado, com a China, cada vez mais, elevando sua ascensão como potência econômica. Houve o maior aumento incremental de exportações de hidrocarbonetos, no Golfo Pérsico e na antiga União Soviética, para circunscrever a dominância do dólar no mercado de energia, com potenciais ramificações na estratégica posição americana.

O mais recente movimento do Chineses foi o de aportar um destróier no porto de Bandar-Abbas, sul do Irã. O motivo declarado pelo chefe deste porto é que, a visita de 4 dias era para que as duas marinhas partilhem conhecimentos na área de salvamento marítimo, além de procedimentos para combater a pirataria.  Este movimento é visto como parte de um esforço feito pelo Irã, para encontrar um equilíbrio entre os navios presentes nas proximidades, uma vez que 1/5 de todo o petróleo do Golfo Pérsico transita por lá.



Olhando para o futuro, o uso do Yuan nos contratos internacionais de hidrocarbono, vai certamente aumentar, acelerando o declínio da influência americana nas regiões de produções estratégicas. Também será marginalmente mais difícil para Washington, financiar o que a China e outras potências, consideram excessiva intervenção americana nas políticas estrangeiras.

Por outro lado, o consumo de gasolina vem passando por uma mudança estrutural, no mercado americano, já há algum tempo. Abaixo encontra-se um gráfico, onde compara-se o preço de mercado, com o seu consumo ajustado pela população, a fim de que se tenha uma visão mais real de sua evolução.

  
Sabemos que o óleo é um produto denominado em economia como inelástico ao preço, ou seja, um aumento ou diminuição em seus preços, tem pouco impacto na demanda. Isto é valido para o curto prazo, porém uma alta persistente, faz com que os consumidores busquem formas de economia. Nitidamente, após 2005, iniciou-se um movimento de diminuição constante. Os principais motivos que podem ter gerado este fator são: O envelhecimento da população americana ocasiona uma queda natural do consumo; novas formas de comunicação que evitam os deslocamentos e a nova geração está mudando os costumes e usando menos carros. 

Hoje eu vou comentar sobre o euro, e acredito numa oportunidade de compra dentro em breve.

- David, você bebeu no final de semana? Comprar, está louco!
Hahahahah... você tem toda razão, não que eu tenha bebido muito no final de semana, mas como alguém pode propor uma compra da moeda única, se até o Mario Draghi, Presidente do ECB, está fazendo tudo para que ela caia? Estes fatos são em parte razão do meu call. Antes de começar a expor minhas idéias, quero deixar claro que é uma opção especulativa, e eu acredito que o euro está no caminho da cotação de 1,10, que aliás já alerto há muito tempo, mas tudo tem sua hora.

Muito bem, se todo mundo está vendendo euro, quem poderia comprar? Os Bancos Centrais, inclusive o Chinês.

- Eles são burros?
Não é este o motivo, e sim porque eles não tem objetivos de lucro, agem para manter uma alocação de sua carteira estável. Por exemplo, se seu objetivo é ter 25% de euros, e se num determinado momento o euro cai, eles vendem as outras moedas e compram o euro de tal forma a balancear sua carteira nestas novas cotações, agem como se fossem um estabilizador. 

Assim, como o seus volumes de reservas são enormes, e continuam aumentando, aliado ao fato de o mercado está extremamente vendido em euros, os dados técnicos indicam, que deveria acontecer uma correção. Vejamos:

Eu calculo que existem 2 pontos interessantes para compra: primeiro ao redor de 1,28 e outro ao redor de 1,27. Eu nem sei se vou propor um trade quando isso acontecer, pois operar contra a tendência é como segurar uma faca caindo, pode machucar.

Assim, para quem quiser se aventurar a fazer esta loucura, seguindo minha sugestão, sugiro um stop curto, por exemplo 1,26. Eu imagino que o retorno pode ser interessante algo entre 1,32/1,33. Só consigo precisar melhor, depois que o movimento se iniciar. 

O SP500 fechou a 1.994, com baixa de 0,80%; o USDBRL a R$ 2,3926, com alta de 1,06%; o EURUSD a 1,2844, com alta de 0,12%; e o ouro a US$ 1.215, sem alteração.
Fique ligado!

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