Selfie

Se existe algo popular ultimamente são os selfies, podem olhar a sua volta e a chance de alguém estar tirando uma foto assim, para publicar no Facebook, é enorme.  Como comentei ontem, o FED definiu a bola da vez o mercado de trabalho, um detalhamento da saúde financeira dos americanos pode ajudar a compreensão do porque esta recuperação tem sido tão fraca. Assim, por que não fazer uma selfie dos trabalhadores e publicar no mosca? Hahahah...

A economia americana é predominantemente de consumo, 70% do PIB depende deste item, assim a evolução da renda, bem como do patrimônio dos indivíduos, são parâmetros determinantes. Vamos iniciar pelo primeiro, a seguir um gráfico que mostra a evolução média da renda nominal , desde o ano 2000, inflacionada pelo índice de preços, o CPI.


Houve um decréscimo desde 2000, atingiu o pico de queda em 2011 e desde então vem-se recuperando muito lentamente.

Estatisticamente, os domicílios são divididos em duas categorias: Famílias e não famílias, cuja proporção é de 2 X 1 de todo universo. As famílias são divididas em três categorias: Casado; mulher com filho presente e outras famílias.

As não famílias são divididas em duas categorias: Mulheres vivendo sozinhas e homens vivendo sozinhos, e por último a menor categoria, outras não famílias. A ilustração a seguir dá uma visualização comparativa de crescimento por categoria. Com exceção de casais casados que não apresentaram evolução (novos tempos), estão destacados "all households" e as duas maiores categorias.


A categoria "married couple" que constituíam 50% de toda amostra em 2009, caíram para 47,8%. Já o crescimento de 16,1% na categoria"Other family households", sem dúvida é atribuído em parte aos adultos que voltaram às casas de seus pais, em consequência da crise de 2008.

A seguir, um retrato da evolução das rendas, apontando quedas em todas elas.


Observando agora sob a ótica do grau de instrução, parece não fazer o menor sentido. Todos os níveis com alguma escolaridade são significativamente mais baixos que a média geral.


A explicação para este fato é que o aumento do número de pessoas com maiores níveis de educação, foi superior aos sem escolaridade, ocasionando uma maior concorrência. Acontece que esta elevação de nível de escolaridade foi feita com aumento substancial dos empréstimos para este fim.


Como apontado no gráfico, o maior crescimento dos empréstimos aconteceu depois de 2008, onde observou-se este movimento de busca de mais educação, por parte dos desempregados.

Já do ponto de vista de patrimônio dos indivíduos, o quadro é ainda pior, onde a concentração de riqueza encontra-se em pequena parte da população, enquanto do outro lado, a maior parte dos ativos está baseada em crédito.



Acredito que estes dados não são nada animadores, nem para o governo americano que precisa uma retomada do consumo, e muito menos para os americanos que não têm tido melhores oportunidades de ganho.

Recebi uma figura que sumariza a apresentação de Janet Yellen hoje pela manhã, em Jackon Hole, contendo as enfases no número de vezes que mencionava uma palavra ou expressão.



Eu sei que meus leitores têm um grande interesse na cotação do USDBRL, não é necessário nenhuma explicação. Na última vez que postei em-quem-você-vai-votar, comentei: ...Para o cenário mais altista, ultrapassar R$ 2,32, vai me obrigar uma reavaliação das minhas premissas, já uma queda abaixo de R$ 2,24/R$ 2,25, recoloca em jogo os R$ 2,10 ... Veja o que aconteceu desde então.

Nada! Ameaçou romper os R$ 2,24/2,25 e retornou aos preços que estava 10 dias atrás. Assim, meu comentário para hoje é nihil. Aproveitem o final de semana!

O SP500 fechou a 1.988, com queda de 0,20%; o USDBRL a R$ 2,2780, com alta de 0,46%; o EURUSD a 1,3240, com baixa de 0,31%; e o ouro a US$ 1.280, com alta de 0,24%.
Fique ligado!

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