Quanto mais velho melhor

Certa vez  me encontrei com um jovem produtor de vinhos da casa Fourrier, que tinha um projeto novo e buscava investidores. Este espanhol, um egresso executivo da área financeira, resolveu se dedicar a produzir vinhos e conseguiu se destacar neste mercado extremamente competitivo, mesmo tendo taxas de crescimento expressivas ao redor do mundo. Aprendi muito, e uma frase que disse ficou marcada, o seu motivo da entrada neste mercado: " O vinho existe a milhares de anos e não tem obsolescência". Nunca havia pensado nisso, basta plantar algumas uvas, engarrafar, colocar uma marca, e saluté! Hahahah... Mesmo para quem não é um grande conhecedor de vinhos, sabe que quanto mais velho o vinho, melhor.

Acho que o mesmo vem acontecendo no mercado de trabalho americano. Na publicação dos dados de emprego da última sexta-feira, o BLS, departamento encarregado pelas estatísticas, forneceu outros detalhes. Embora houve a criação de 209.000 novas vagas, estas não foram iguais nas várias faixas etárias. Todas as faixas tiveram ganhos, menos para o grupo entre 25-54 anos, onde houve perdas.


E enquanto o total de empregos recupera-se aos níveis de dezembro de 2007, o mesmo não se pode dizer desta faixa entre 25-54 anos, que ainda está 2,5 milhões menores que naquela data.


Esta é uma tendência que vem se acentuando nos últimos anos, a partir dos anos 2000 onde passaram de um total de 15 milhões para 32,5 milhões atualmente.


Certamente, não se aplica o conceito do vinho, neste caso. Mas o que pode ter acontecido? Os baby boomers são uma razão inequívoca, a quantidade de americanos nesta faixa de idade é maior por conta deste fato; maior expectativa de vida também tem seu peso; os juros zero estaria comprometendo a poupança acumulada para aposentadoria, obrigando a complementar a renda com trabalho. Independente do motivo a realidade é que os "velhinhos" estão a toda carga e tiram os empregos dos mais jovens. Este é mais um problema que a Yellen e seu grupo têm que enfrentar.

O euro me passou uma rasteira! Eu estava aguardando uma recuperação para vender, mas ela não aconteceu, pois continuou caindo. No post estatização-do-futebol eu tinha imaginado 2 cenários e o (B) acabou prevalecendo: ...Minha segunda alternativa (B), aconteceria a queda sem que aqueles níveis fossem atingidos (1,375/1,38). Assim, eu antevejo um target muito "curto" 1,34 ou 1,325 ... Vejam o gráfico que postei lá.

Um pouco antes de viajar no post FED-em-travessia-perigosa, comentei: ...shape desta queda não é muito convincente para eu assumir que estamos a caminho dos 1,10, e como vocês tem acompanhado, o euro não é flor que se cheire, tem aprontado bastante para quem se aventura ...

Observem os dois gráficos, aconteceu exatamente o cenário (B). Euro, euro, euro e agora? Vocês raramente vêem um gráfico que publico sem os rabiscos para onde eu espero os próximos passos, o acima é uma dessas exceções. O motivo é que meus indicadores de momento indicam novas quedas, porém o shape não bate, estou em dúvida, e na dúvida prefiro aguardar, dinheiro não é capim, e o euro é traiçoeiro. 

E por que ele é assim? Porque de um lado tem a Alemanha, que justifica uma moeda mais forte e do outro lado o Club Med que precisa dela mais fraca E o que nós temos a ver com isso? Nada, o compromisso é só com o bolso. Est tut mir leid = Je suis désolé em alemão! Hahahaha ...

O SP500 fechou a 1.938, com alta de 0,72%; o USDBRL a R$ 2,2576, sem alteração; o EURUSD a 1,3420, sem alteração; e o ouro a US$ 1.288, com queda de 0,42%.
Fique ligado!

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