Sem saida

Se o Super-Mario estava esperando alguma indicação para o lançamento de seus helicópteros, já não deve ter mais dúvidas, hoje foi anunciado o índice de inflação do mês de maio para a zona do euro, meros 0,5% a.a., o mais baixo desde 2009, e menos da metade do objetivo do ECB. Em outras palavras tudo que foi tentado na Europa não está funcionando. Como pode-se ver abaixo, a maior queda do índice deve-se a energia, outros bens que não energia, e uma modesta alta de alimentos em 0,1%.


O que mais intriga é que a queda nos empréstimos para empresas privadas, não se deve a falta de oferta mais falta de demanda, onde infelizmente, o ECB não tem nenhum controle. Esta instituição tem algumas armas para tentar combater este estado pré-deflacionário, sendo que a mais polêmica, seria uma taxa negativa sobre o depósito dos bancos no ECB. Será que funciona? A Dinamarca que introduziu taxas negativas há 2 anos micrometro-financeiro, teve algum impacto nas taxas de empréstimo? A resposta é não.


Entretanto nada disso importa, o que importa é que o ECB transmita confiança e finja que sabe o que está fazendo, ao mesmo tempo que torna-se cada vez mais claro que a realidade é bem diferente do que pretende. A semelhança com a situação japonesa é visível no nível de taxas de juros dos títulos do governo, no caso da Europa é ainda mais grave, pela discrepância entre seus membros, como pode-se verificar nos juros cobrados em cada país.


As declarações do Presidente do ECB, na semana passada, não deixam dúvidas "as taxas de juros reais permanecem muita elevadas quando comparadas com o PIB nos países da periferia e a força do euro está reforçando as forças deflacionárias". Em todo caso, numa comparação entre a evolução dos títulos japoneses com os alemães, deve deixar as autoridades europeias de cabelo em pé, pois se seguirem os passos do primeiro país ainda faltariam mais de 4.000 dias, sem que a solução lá já tenha ocorrido.


- Então David, o que você está esperando para vender o euro?
Não encontrei nenhum analista sugerindo a compra, a não ser um que acredita que a reação pode ser contrária quando do anúncio, o famoso, sobe no boato e cai no fato. No post c'est-la-folie comentei ...Em todo caso, parece que uma recuperação nos preços deve acontecer dentro em breve, para os níveis de 1,38/1,385, aí então, vou decidir se me aventuro na venda do euro, ou não... Vou manter minha ideia original de aguardar entre 1,375/1,385, porém decidi que vou vender neste intervalo.

- David, mas se todo mundo quer que o euro caia, como ele vai subir?
Aí entra a análise técnica, e a resposta que ela dá a sua pergunta é não sei e não faz diferença saber! Parece um pouco arrogante, mas é assim que funciona, pois ela parte do princípio que as opiniões estão espelhadas nos preços, e quando são extremas, algum fato acontece alterando o extremo pessimismo ou otimismo. No caso específico parece se encaixar bem, pois existe uma data marcada onde todos esperam uma determinada reação. Agora pode acontecer outros fatos que influenciem este, e não esqueçam dos dados de empregos nos USA, onde também existe uma expectativa positiva.

Vamos ficar observando os preços nas próximas horas onde poderei traçar um intervalo mais preciso. Não descarto também, uma nova queda no anúncio, onde surgiria uma possibilidade de compra especulativa chamada de exaustão. Não para meus leitores, vocês fiquem acompanhando de camarote.

O SP500 fechou a 1.924, sem variação; o USDBRL a R$ 2,2760, sem alteração; o EURUSD a 1,3624, com alta de 0,23%; e o ouro a US$ 1.245, com alta de 0,12%.
Fique ligado!

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