No mundo da lua

Como comentei ontem, a quantidade de relatórios com citações de exagero no mercado de ações, se multiplicam. Fiquei imaginando qual seria o motivo desta reação, e acredito que esta pequena queda vivida nestes últimos dias, faz com que os "ursos", como são chamados o pessoal baixista, saiam de suas tocas. Nestes momentos, onde os índices quebram recordes de alta, frequentemente, estes argumentos tornam-se mais convincentes, afinal quem quer ser o último a comprar antes de uma queda?

Para não entupir o blog com inúmeros gráficos que sustentam estas hipóteses, escolhi um publicado por Lance Roberts, comparando o SP500 e o VIX, índice que mede a volatilidade das ações.


Até a publicação do post novo-paradigma, onde o Banco Goldman Sachs advoga que vivemos num mundo de baixa volatilidade, minha tendência ao observar o gráfico acima, seria: "Esta volatilidade é muita baixa, vai ter que subir (a volatilidade)", hoje minha atitude é mais cautelosa, verifico que é baixo mesmo, porém daí concluir que a bolsa está na eminência de cair, têm uma certa distância.

Para quem trilhou sua vida profissional no mercado financeiro, o mundo real está muito distante do nosso dia a dia. Quando um amigo ou cliente, nos leva para conhecer sua fábrica, ficamos encantados, "nossa que incrível, Como eu nunca havia pensado nisso". Nós vivemos alienados disso, acompanhamos notícias, gráficos, relatórios, para chegar a uma única conclusão, simples, diga-se de passagem, vai subir ou cair? É só isso que interessa, o resto é perfumaria. Mas até chegar à esta conclusão, muitos pensamentos e raciocínios são necessários, ficamos sonhando com o futuro, no mundo da lua, como se diz.

Assim, às vezes algumas informações podem te questionar, quando são diferente de suas premissas. Este foi o caso quando me deparei com a apresentação da Alcoa, uma das maiores fabricantes de alumínio no mundo, sobre o que espera para este ano, vejam:


O título já diz tudo, crescimento da demanda de alumínio é solida 7%! O que chamou minha atenção, foi sua previsão para a China com alta de 10%, onde está a desaceleração que todos temem por lá? Esta informação é suficiente para ficarmos calmo, assim o SP500 não vai derreter? De jeito nenhum, pois tudo isso já pode estar nos preços, mas por outro lado não parece que está prestes a acontecer. Também vale ressaltar que isto não resolve a vida do FED, pois não significa que choverá empregos, lembrem-se da terceirização e robotização.

E assim vamos nesta jornada de "adivinhar" o futuro, pois é só assim que deve-se classificar qualquer projeção. A análise técnica é, cada dia mais, minha ferramenta de maior utilidade, pois espelha a somatória de todas as opiniões, nos preços, e ajuda na questão básica: É para comprar ou para vender?

O anúncio do IPCA de abril em 0,92% deve ter dado um frio na barriga da equipe econômica, por mais que fosse esperado um número elevado, gerou um incômodo, os membros do BC já incorporaram mentalmente mais uma alta da SELIC na próxima reunião.

A tabela fala por si, só tem vermelho! Em função disso o Ibovespa está caindo 1,7%, depois de vários dias de alta. No post preparando-se-para-prova, eu comentei ... Muito bem, se minha premissa de um triplo zig-zag, estiver correta, o índice deveria parar nos 52.000 pontos, para depois começar a cair rumo aos 39.000, de outro lado se ao invés de parar no ponto acima, continuar subindo e ultrapassar os 57.000, podemos estar em um novo movimento de alta mais consistente ... 

Do ponto de vista técnico respeitou o limite apontado no gráfico, o que pode ser a indicação de uma reversão em direção aos 39.000. É ainda muito cedo para esta afirmação, somente abaixo de 44.000 pontos. Não tenho muito mais a acrescentar, mas se a alternativa de nova queda vingar, deverá ser rápida, então fique de olho nos 49.500/50.000, abaixo disso, muito cuidado se estiver comprado.

O SP500 fechou a 1.82, com alta de 1,09%; o USDBRL a R$ 2,1870, com queda de 0,65%; o EURUSD a 1,3854, com alta de 0,53%; e o ouro a US$ 1.311, com alta de 0,23%.
Fique ligado!

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