Ilusão de uma carreira financeira

O mercado financeiro desperta um fascínio entre os jovens, operar na bolsa de valores parece algo mágico, aquela multidão de operadores gritando no pregão é motivador! Além disso, sempre ouvem-se histórias de ganhos mirabolantes, quantias enormes. Por exemplo, recentemente, um gestor de hedge funds "Jimmy", com apenas 31 anos, recebeu US$ 131 milhões de gratificação, por administrar um fundo de US$ 7,5 bilhões, ganhando mais que qualquer Presidente de companhias americanas. Qual foi o seu segredo? Apostou em créditos estruturados, que propiciaram um lucro aos seus investidores de US$ 2,0 bilhões, um retorno 27%, nada mal para um mundo de juros zero! O que ninguém se pergunta é qual o risco que teve que correr. Será que vai repetir este feito? Me parece difícil, acredito que ele achou uma oportunidade única, agora seus pares já devem estar copiando sua ideia.

Mas quais são as perspectivas para quem resolve entrar neste grupo seleto? Muito, muito pequenas, a maior chance é que seja mal sucedido. A figura acima é uma boa caracterização de seu futuro, enquanto as outras profissões tem um caminho "normal", a de trading está cheia de perigos. Comentei no post está-na-hora-de-procurar-outra-vaca, um dos mais visitados, o porque não recomendo mais esta área, mas se você quer tentar, te desejo muita sorte.

Ontem foi publicado o índice que mede a inflação nos USA, o CPI que não é o utilizado pelo FED, porém é um indicador seguido por todos os investidores. Para alívio de todos, teve uma pequena melhora, subiu um pouco por causa dos alimentos e moradia.


No momento, ainda existe uma discrepância grande entre a inflação dos serviços e dos bens, que segundo o Deutsche Bank deverá perdurar ainda em 2014.


Resumindo, até agora os dados de inflação ainda não são tranquilizadores para que o FED inicie o processo de normalização das taxas de juros, embora tenha membros do Comitê acreditando que a inflação já atingiu sua mínima. Por outro lado, também não são tão preocupantes como os da Europa, que beiram a deflação.

Meus comentários hoje são sobre o euro, sua resiliência em cair está deixando o Super Mário, que anda meio esquecido ultimamente, preocupado. Na semana passada fez uma declaração explícita dizendo que o nível do euro está elevado, mas dizer e não atuar, têm um valor limitado. No post futebol-robotizado, frisei que acima de 1,39 abriria a porta para novas altas, de lá para cá não aconteceu muita coisa.


Os países desenvolvidos, com exceção dos Asiáticos, tem uma ojeriza em intervir no câmbio, experiências como a de George Soros nos anos 1990, que numa queda de braços com o Banco da Inglaterra, culminou com uma forte desvalorização da libra esterlina, e mais outras na Suécia e etc... sabem que "peitar" o mercado têm riscos. No caso do BCE, para que ele possa intervir no euro são necessárias várias condições, o que tornam este ação pouco provável, restando somente, a intervenção verbal.

Fiz anotações no gráfico acima, porque do ponto de vista técnico, quando as altas são em níveis mais elevados (em verde) que as baixas (em vermelho), é indicação que o mercado tende a subir, até que esta situação se reverta. O euro, encontra-se numa formação terminal, que antecede uma baixa mais à frente. Eu ainda acredito que o nível psicológico de 1,40 deve ser ultrapassado, mas todo cuidado é pouco e não sugiro compra, a não ser com um stop curtinho, para dar um "belisco" e é só.

O SP500 fechou a 1.862, com alta de 1,05%; o USDBRL a R$ 2,2399, com alta de 0,34%; o EURUSD a 1,3815, sem variação; e o ouro a US$ 1.301, sem variação.
Fique ligado!

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