HFT - A evolução de Wall Street

Você deve estar se perguntando o que significa HFT, é High Frequency Trade, uma forma de operar em Wall Street, que vêm gerando muita polêmica atualmente. Negociações em altíssima velocidade se utilizam de computadores poderosos para identificar ordens assim que surgem e executar antes delas, esperando ganhar variações mínimas em cada operação. Eles usam algoritmos complexos para despejar milhares de ordens, em vários mercados na fração de segundos. E se eles conseguem executar em números elevados, a recompensa pode ser bem elevada.

Esta é a opinião de um analista que, ao considerar que os mercados são um jogo de soma zero, está sendo vencido por eles com os melhores computadores, mais inteligentes modelos quantitativos e aceso aos melhores algorítimos, em detrimento dos restantes. É uma função que não agrega nenhum valor a sociedade, amplifica os movimentos, aumenta a fragilidade dos mercados, infla os preços dos ativos, e naturalmente, aprofunda as quedas expressivas do mercado, como aconteceu no evento denominado de  flash crash, em maio de 2010.

Recentemente, foi publicado um livro, escrito por Michael Lewis, com nome Flash-Boys-Wall-Street-Revolt, que está gerando muita discussão. Ele advoga que o pequeno investidor que se utiliza de serviços de Home brooker, está sendo prejudicado além dos grandes fundos de investimento.

Já outras opiniões dizem que, este autor simplificou muito o sofisticado mecanismo onde as operações fluem e quanto aos pequenos clientes, na sua maioria, suas ordens são completadas dentro dos grandes bancos, evitando o pagamento de comissões às bolsas. Em relação aos fundos de investimentos, um alto executivo da empresa Vanguard, estima que esta nova sistemática economizou, a esta empresa, mais de US$ 1,0 bilhão por ano. E por último, este segmento, de HFT, teve um resultado de US$ 1,0 bilhão em 2012, uma queda de 80% se comparado ao de 2009.



HFT é bom para os mercados? Ele realmente proporciona um aumento de liquidez? Eu não tenho uma opinião formada, mas seus números são impressionantes, pois representam 70% do volume diário, assim nem sei se seria possível o mercado sobreviver sem eles agora. Colocam quantidade enormes de ordens, por exemplo, para cada ordem executada, 60 são canceladas, assim seria uma miragem a liquidez gerada? O FBI está investigando alguns hegde funds para verificar se houveram irregularidades que poderiam prejudicar outros investidores, além do Ministério Público, que prometeu ao Congresso Americano, investigar se estas operações violam as leis contra a lei de informações privilegiadas. Este assunto ainda vai dar muito pano para manga!

Já faz um bom tempo que não atualizo as informações sobre os títulos de 10 anos do governo americano, no post ações-101, fiz o seguinte comentário e gráfico: ... Minha expectativa, no curto prazo, é de uma nova queda até 2,3% a.a. podendo ser maior, também fica claro que o stop é 3% a.a. ...


O post foi publicado em novembro de 2013, e muitas coisas aconteceram de lá para cá, sendo a mais importante a diminuição dos helicópteros, bem como, uma indicação de quando os juros começariam a subir, vejamos o que aconteceu desde então.


Estão levemente abaixo, a 2,70% a.a., seria de se esperar este movimento? Se tudo estivesse bem, ou seja, a economia americana crescendo a níveis consistentes, criando a quantidade necessária de empregos para absorver parte da população que não vem buscando trabalho, e principalmente a inflação com tendência de alta e não de baixa, os juros neste prazo de 10 anos já deveriam estar acima de 3% a.a. Mas não é o que vêm acontecendo, pelo menos de uma forma mais clara.

Eu ainda continuo com minha previsão que, veremos os juros cair até o nível de 2,40% a.a., para depois iniciar um novo ciclo de alta, e se ao invés de subirem continuarem a cair, principalmente abaixo de 2% a.a., algo de muito ruim deverá acontecer, mas não é meu cenário básico. Como dizia um colega americano, "when you don´t understand the markets, look the bonds".

O SP500 fechou a 1.845, com queda de 1,08%; o USDBRL a R$ 2,2184, com queda de 0,92%; o EURUSD a 1,3740, com alta de 0,35%; e o ouro a US$ 1.296, com queda de 0,45%.
Fique ligado!

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