Fichas na mesa

Antes de entrar nos assuntos de hoje, queria fazer um breve comentário sobre as finais dos Campeonatos Estaduais de futebol neste final de semana. Para resumir, lamentável! Começamos pelo Paulista, onde o Santos, perdeu o Campeonato na disputa de pênaltis.

Normalmente é um evento, quando um time pequeno alcança uma glória. Acontece que foi uma vitória do não futebol, foram 90 minutos onde as exceções foram os momentos de chance de gol, a maioria, chutão para cá e para lá, se o Ituano teve algum mérito, foi na cobrança de pênaltis, onde executou com muita precisão. Não quero com isso dizer que meu time foi injustiçado, também não jogou nada. Já no Campeonato Carioca foi pior ainda, um jogo horrível, que terminou com um gol do Flamengo, em situação irregular, aos 45' minutos do segundo tempo.

O futebol Brasileiro está passando por uma crise estrutural e não sei se os dirigentes percebem o que está acontecendo, se nada mudar, estamos fadados a ter um esporte que tende a perder o interesse das torcidas no longo prazo, ou pior, acontecer fatos como a ameaça que o jogador Fred e sua família vem sofrendo de torcedores fanáticos do Fluminense. Não vejo nenhuma luz, nem no final do túnel.

Voltando aos mercados, e como relatei no post a-indecisão-prevalece, a única notícia que teve algum impacto neste final de semana, foi a tensão que aumentou na Ucrânia, onde acusações são feitas as milícias Pró-Rússia por ignorarem o ultimato e mantem a ocupação. Na verdade, o mundo presenciou a primeira ocupação de um país por uma potência no século XXI, e os países ocidentais por enquanto só ameaçaram sem tomar nenhuma atitude. Putin mostra novamente que dá as cartas.

O Deutsche Bank publicou um relatório contendo quais são suas premissas para o crescimento em 2014, bem como as ameaças ao seu cenário. Este banco tem uma das visões mais otimistas das que acompanho, e alguns calls fora do consenso, como a de que o FED vai começar a subir os juros no final deste ano ou início do próximo.


Inicialmente este gráfico mostra o retorno dos vários ativos durante 2014, separados por classe. Vejam que na última linha está o retorno para o ano de 2013, e eles destacaram a bolsa Japonesa que subiu muito no ano passado e tem o pior retorno este ano, assim como o ouro, com comportamento semelhante.

A seguir um quadro onde quantificam os principais riscos em seus cenários, com uma avaliação de possível impacto, caso aconteça. Notem que a maioria tem uma probabilidade média com um impacto significativo.



E por último suas expectativas de crescimento para os principais países do planeta, onde além de níveis muito bons para os países de língua Inglesa, a China praticamente mantém o mesmo nível do ano passado, eliminando a grande ameaça que paira no ar sobre aquele país.


Faço uma comparação com o jogo de Texas holdem pôquer, onde este banco, como uma boa parte do mercado, têm cartas boas nas mãos, vamos dizer um par de As, e as cartas que abriram na mesa são um valete e um sete, de naipes diferentes. Bem, a estatística sugere que com estas cartas você deve apostar alto para tirar seus concorrentes da mesa, acontece que neste caso o pessoal mais cauteloso, fez a aposta all in, e continua no jogo. Isto significa que vai até a abertura de todas as cartas para ver quem ganha. A diferença que na situação dos mercados, a abertura das cartas são lentas, e até que isto aconteça, não existe outra alternativa que não esperar, as fichas já estão na mesa!

O ouro desde que fomos stopados vem traçando uma trajetória tortuosa, sem uma definição clara. No post usar-o-whatsapp-é-caro? fiz o seguinte comentário ...Vamos ficar fora por enquanto e observar os próximos movimentos, não dá para falar nada agora, nem que irá subir aos US$ 1.430 ou se vai buscar os US$ 1.150, estamos quietinhos!... No movimento de queda atual, atingiu a mínima de US$ 1.277 e agora se encontra a US$ 1.325.

Ao analisar este gráfico com uma visão de médio prazo, salta os olhos uma semelhança de formação que eu apontei como 1 e 2, que indicaria uma queda mais adiante. Por outro lado, em correções nunca é esperado repetição de formações, ou seja, se um movimento foi de um tipo, o outro será diferente, o que contradiz a evidência acima. Ao analisar num intervalo mais curto não surge nada esclarecedor, e os níveis de momento indicam indecisão. Vou continuar com a mesma postura, e observar os próximos movimentos, tendo como alertas os preços de US$ 1,380/US$ 1.430 para cima e US$ 1.150 para baixo. Agora se os investidores estão em dúvida não é natural que o ouro também esteja?

O SP500 fechou a 1.830, com alta de 0,82%; o USDBRL a R$ 2,2130, com baixa de 0,19%; o EURUSD a 1,3820, com baixa de 0,46%; e o ouro a US$ 1.326, com alta de 0,65%.
Fique ligado!

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