Sexta-feira negra

- David, fala logo qual foi o desastre?
Você está rápido no gatilho, não é este o sentido. Nos USA depois do feriado mais importante do ano, Thanksgiving, o comércio americano implantou o Black Friday, onde várias cadeias de lojas "detonam" os preços de alguns produtos. Além de uma jogada de marketing as vendas deste dia, representam mais de 50% das vendas do final de ano, não é pouca coisa.

Faz alguns anos que esta data também começou a ser usada aqui no Brasil, com o nome em inglês, afinal se fosse traduzido reações como a do meu amigo seriam normal. Eu fico intrigado para saber qual foi o motivo se nós não comemoramos aquele feriado? Acho que ficaria mais charmoso Liquidation! Hahahah...pelo menos assim todos entenderiam o sentido, agora pegar uma carona, não faz o menor sentido.

Hoje vou abordar um assunto que está presente na mídia nestes últimos dias, é sobre o julgamento pelo STF sobre o prejuízo causado aos poupadores pelos planos econômicos, uma vez que os índices de inflação foram modificados. O Poder judiciário e principalmente nas causas trabalhistas, tem adotado uma postura de dar ganho de causa aos "mais fracos" independente de estarem ou não com a razão, estilo Hobin Hood. Neste caso específico, parece que os poupadores estão com grande chance de vitória, haja visto que venceram em estâncias inferiores.

Eu me pergunto como uma causa desta pode ser votada por juízes que não têm conhecimento técnico de como as coisas funcionam. Se foi legal ou não, agora tem pouco importância, pois caso os bancos sejam obrigados a ressarcir de onde eles vão buscar este prejuízo? O banco não teve o lucro da diferença, pois se os poupadores foram prejudicados os mutuários foram beneficiados, e quem vai cobrar deles? Os juízes aceitariam que esta conta fosse transferida para os mesmos? Claro que não, pois usando o mesmo princípio de beneficiar os mais "fracos", este grupo com certeza não teria como pagar.

Então o acionista que comprou ações do banco Itaú, por exemplo, vai ser agraciado com este prejuízo que caiu no seu colo. Como um investidor estrangeiro vai encarar um absurdo destes? Vai encarar que as regras no país não são sérias, pois perder porque a companhia que escolheu  não performou é do jogo, agora pagar uma conta que não é sua, só porque os juízes resolveram fazer caridade!

Mudando de assunto, o gráfico abaixo diz tudo porque o mundo morre de medo da retirada dos helicópteros.

A linha verde são os ativos que estão no balanço do FED e foram adquiridos através de seus vários programas, e em preto a evolução do SP500, veja que no passado recente sempre que houve uma parada do FED a bolsa caiu.

Não é de hoje que a bolsa brasileira está levando um couro da americana, no gráfico abaixo dos últimos 3 anos, fica claro este fato. O problema é que neste ano abriu o que se chama de boca de jacaré, o SP500 foi para cima e o Ibovespa para baixo.


Motivos existem vários: 1) Intromissão do governo como o caso das elétricas e principalmente na Petrobrás; 2) "Pibinho"; 3) Evento "X", uma vez que as empresas de Eike Batista tinham um peso elevado no índice; 4) Ameaça da retirada dos helicópteros.

Vocês devem lembrar de um post que publiquei dinheiro-não-leva-desaforo, quando comentei a subida meteórica das ações da Apple, aqui o motivo é diferente, mais o efeito é o mesmo: dinheiro não leva desaforo, o governo deveria levar isto em consideração!

Plano B - Às vezes é importante traçar planos alternativos quando o que planejamos não acontece, e é isto o que vou fazer para o USDBRL. No post SP500-comprar-ou-não-comprar? eu imagina que estaria se formando um triangulo no curto prazo porém não foi o que aconteceu, pelo contrário abriu a possibilidade de uma nova alta do dólar, vejamos.

A conjuntura é delicada, pois existe uma chance real de ultrapassar o nível de R$ 2,34 se as cotações não começarem a cair de imediato. Se isto acontecer poderemos ver os seguintes níveis:

A vida é dura! Mas não vou ficar na torcida. A vantagem é que saberemos nos próximos dias, fiquem de olho no R$ 2,34.

O SP500 fechou a 1.805, sem variação; o USDBRL a R$ 2,3355, com alta de 0,79%; o euro a 1,3582, com baixa de 0,16%; e o ouro a US$ 1.352, com alta de 0,63%.
Fique ligado!

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