Acordo "meia boca"
Em todo caso o acordo foi uma ótima notícia, afinal as consequências são inimagináveis, mas a boa notícia não é o resultado de uma solução que reconcilia, ao contrário, o que emergiu foram medidas paliativas em função da pressão interna e externa, pois o governo será financiado até o dia 15 de janeiro e o teto da dívida adiado até 7 de fevereiro.
Depois das recentes comemorações do mercado, ao se evitar uma catástrofe, em breve vão se juntar ao FED para avaliar o estrago causado. A primeira reação será de que foi temporário e daqui em diante bola para frente, mas as experiências do passado indicam que as negociações serão muito difíceis, e daqui a pouco o Congresso estará se aproximando das eleições de Novembro de 2014.
Não deve-se ficar surpreso que tanto as empresas como os indivíduos poderão postergar algumas decisões importantes, alguns optando por posições mais conservadoras, isto implica em riscos de menor consumo, diminuição na contratação e menos investimentos em fábricas e equipamentos. Já os estrangeiros, que detêm parcela enorme da dívida americana foram surpreendidos pela irresponsabilidade, ou imprudência do Congresso, levantando ideias de diversificação de suas reservas além do dólar.
A reação imediata aos anúncios foi uma desvalorização do dólar frente a todas as moedas, inclusive as emergentes, queda dos juros dos títulos americanos e alta das bolsas, ou seja, de certa forma coerentes com a análise acima. Conclusão: Foi um acordo temporário, aliviando o período de festas de fim de ano, uma "meia boca"!
Mais uma vez a análise técnica deu bons insights do que fazer, e o que não fazer. No post a-negociação-continua eu fiz uma análise sobre o ouro e veja meus comentários ....
- David, acho que já estou entendendo este "negócio" de análise técnica, agora é só vender, certo?
Amigão não é tão simples assim, não é porque caiu vai cair mais! Eu diria que só escapamos de mais uma das armadilhas que as correções nos colocam. Não dá para afirmar ainda que o ouro vai continuar seu movimento de queda iniciado há dois anos, quando atingiu a máxima de US$ 1.920, somente abaixo de US$ 1.180. Por enquanto vamos observar o que acontece se o ouro for a US$ 1.250, se rompido aumentam as chances de novas quedas, senão sou capaz até de arriscar uma nova compra, mas é só um palpite.... Eu grifei o texto para enfatizar, veja o que ocorreu desde então.
Parece que o mercado leu o mosca! Hahahahaha....., mas o ouro parou exatamente nos US$ 1.250 e daí subiu mais de US$ 70.
- Eh David, está se achando, mas não ganhou nenhum tostão com isso!
É verdade, mas não perdi nenhum, como deve ter acontecido com uma parte do mercado que vislumbrava o metal abaixo de U$ 1.100 no curto prazo. Mas agora vamos comprar, espero um preço melhor para entrar, vou pagar mais caro e daí? Isto é ser pragmático e não ficar se lamentado que perdeu o bumbum da mosca. Eu venho enfatizando que existem duas formas para fazer uma posição, a primeira é ir contra o mercado, num ponto em que exite uma boa chance do mercado mudar de direção, ou aguardar o movimento de reversão e entrar à um preço mais elevado.
Agora imaginem se vocês estivessem vendidos, agora estariam na torcida para não serem estopados, e com uma grande chance de ficar "teimando" contra! Nós vamos às compras, pois aumentou a chance do ouro ir acima de US$ 1.450. Posso estar errado? Lógico, mas meu stop vai ser na pior das hipóteses a US$ 1.250.
O SP500 fechou a 1.733, com alta de 0,67%; o USDBRL a R$ 2,1520, com baixa de 1,09%; o EURUSD a 1,3675, com alta de 1,09% e o ouro a US$ 1.319, com alta de 2,90%.
Fique ligado!
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