O desemprego oculto

Vocês já devem estar cansados de saber da importância do emprego nos USA, eu tenho postado inúmeros artigos sobre o assunto, pois existem algumas variáveis que não apresenta uma boa explicação, o resultado é um decréscimo lento da taxa de desemprego. Um analista elaborou um estudo que me parece muito elucidativo e permite uma melhor compreensão do que acontece. 

...Digging under the surface, much of the drop in the unemployment rate over the past two years is nothing but a statistical mirage coupled with a massive increase in part-time jobs starting in October 2012 as a result of Obama care legislation...

Vamos entender melhor a afirmação de Mike Shedlock, iniciando com um gráfico do Labor participation rate, que por definição, e a porcentagem das pessoas que estão empregadas adicionado as desempregadas procurando por emprego, dividido pelo total da população.



Entendendo o Gráfico
  1. As mulheres entraram fortemente no mercado de trabalho, criando assim o conceito de dois salários por residência.
  2. O boom da internet propiciou ampla oferta de empregos para quem estava procurando (uma pessoa tem que estar procurando trabalho para estar incluída na força de trabalho).
  3. Em seguida houve o estouro da bolha da internet.
  4. Em resposta o FED induziu a maior bolha imobiliária e de crédito, mas o efeito na partcipation rate foi mínimo.
  5. A bolha dos imóveis estourou, mas mesmo na recuperação, aquela taxa continuou a declinar. 
Não pode ser explicado pelo efeito demográfico

Muitas pessoas, inclusive eu, acreditavávamos que fosse por um problema demográfico, mas não foi este o caso. Para provar este ponto, o gráfico do participation rate no grupo que geralmente não está aposentado, entre 25 a 54 anos de idade, não apresenta uma queda significativa.


Existe um grupo de pessoas que não são consideradas nas estatísticas por não estarem procurando trabalho, mas querem um emprego.


No começo da recessão existiam 4.648.000 pessoas que queriam um trabalho, mas não eram consideradas desempregadas. Agora este número está em 6.285.000 que procuram um emprego mais não têm, um incremento de 1.637.000.

Adicionando este número na força de trabalho e acrescendo nos desempregados, implicaria uma taxa de desemprego de 8,2%, superior aos níveis atuais e de conforto para o FED. Agora se ao invés de calcular usando o incremento, utiliza-se o total, a taxa de desemprego pularia para 10,9%.

Em sua opinião existem 3 motivos para estas distorções que não os efeitos demográficos.
  • Fraude nos benefícios de deficientes

O gráfico acima aponta alguma anormalidade exatamente após a eclosão da crise.
  • Não vale a pena trabalhar (o "working bag" americano)
Por que trabalhar para receber U$ 7,25/h quando o seguro desemprego paga US$ 15/h em 12 estados e US$ 8,00/h em 33 estados? why-work-for-$7.25? 
  • Escolas: As crianças permanecem na escola por mais tempo porque não tem emprego
Afinal qual a taxa real de desemprego?

Se usar a definição deste analista, que é considerar quem procura por um emprego, como desempregado, então chega-se a 10,9%. Mas, considerando os que não querem um emprego por serem desabilitados de uma forma fraudulenta, a taxa de desemprego pularia para algo entre 14-15%. levando-se em conta os que tem emprego em tempo parcial, Por não conseguir emprego por tempo integral, outros 7% devem ser somados.

Embora as estatísticas não considerem e não vão considerar estes números, existe uma força de trabalho "potencial" e nada desprezível, que pode reaparecer do dia para noite, quando o mercado de trabalho tender a se normalizar, se isto acontecer, a taxa de desemprego pode demorar muito mais tempo para declinar, que os modelos utilizados pelos analistas apontam.

o SP500 fechou a 1.683, com alta de 0,73%; o real a 2,2788, com alta de 0,12%; o euro a 1,3266, sem alteração e o ouro a US$ 1.362, com queda de 1,73%.
Fique ligado!

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