Cartomante Financeira

Quanto vale a informação de qual será a taxa de desemprego no futuro? Muito, pois hoje em dia parece ser o índice que o FED vai usar para decidir se para ou não os helicópteros.

- David, o mosca tem inside information?
Não! Mas como você tocou no assunto vou aproveitar para contar uma passagem da minha vida profissional, lá pelos anos 80 era comum o Governo editar medidas provisórias contendo mudança sobre assuntos monetárias.
Um belo dia, na parte da manhã eu recebi a minuta de uma medida provisória, sem assinatura, da reunião que terminaria no final da tarde. Ao ler o seu conteúdo sabia exatamente  o que deveria  fazer, e ao observar o mercado notei que um grande Banco estava atuando pesado nesta direção. Eu resolvi não fazer nada.

Ao findar a reunião, tinha um mensageiro nosso na porta do BC, para retirar a minuta, e vir correndo para o Banco, que falta fazia a internet! Ao ler a minuta, agora assinada, notei que estava diferente daquela primeira, que mudava radicalmente a decisão. Pedi para meu operador conversar com a mesa do "Bancão".

- Você quer uma cópia da medida provisória? (meu operador)
- Eu já tenho há muito tempo, rsrsrs... em todo caso, me manda por fax. (Bancão)

Depois de um tempo ele volta a ligar.
- Esta cópia que você me mandou está errada! (Bancão)
Não preciso dizer qual o final da história, o "Bancão" teve um prejuízo enorme. Conclusão, se a decisão é tomada numa reunião, nenhum participante dela tem a informação definitiva!

Voltando ao assunto de hoje e respondendo a sua pergunta, não existe insider no dado do desemprego, o que eu pretendo mostrar é que o índice de confiança do consumidor pode prever o mercado de trabalho meses antes do relatório. O Federal Reserve Bank of New York mostra que  uma pesquisa enviada para 3.000 empresas mensalmente, com apenas 5 perguntas sobre a sua percepção da condição atual, expectativa futura e emprego, tem uma correlação muito elevada com a taxa de desemprego.


Este estudo mostra que a maior correlação acontece com uma pequena defasagem, ou seja, a situação atual indica com 89% de probabilidade o que deve ocorrer na taxa de desemprego daqui a 2 meses.


Como o questionário é qualitativo não pode capturar a magnitude, e notam que existe um piso de quão baixo a leitura pode chegar. Mas são raras as ocasiões quando o índice começa a deriva. Muito mais frequentes são os casos onde previu com sucesso que a economia iria se sustentar como na crise da bolsa em 1987 e na da Ásia.

Vamos conferir mais adiante, pois como o índice atual caiu de 73,6 para 70,7 as coisas devem ficar mais acidentadas à frente.

Só para atualizar, veja como está evoluindo o desemprego comparado a várias situações do passado, e a projeção de quando atingirá o nível de antes da crise, com duas hipóteses na criação de empregos, 125.000/mês e 200.000/mês.


O SP500 fechou a 1.655, com alta de 0,12%; o real a R$ 2,3260, com queda de 1,42%; o euro a 1,318, com queda de 0,67% e o ouro a US$ 1.368, com queda de 1,67%.
Fique ligado!

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