A caixa preta da Yellen

Esta semana, é muito provável que o Presidente Obama indique seu candidato para substituir Bernanke no FED, e parece que ele não tem muitas opções, acabará indicando Janet Yellen, como quer Wall Street.

Depois da surpresa da semana passada, quando o Comitê resolveu manter todos os helicópteros no ar, vários Bancos começaram a pesquisar quais seriam os rumos da Yellen, no seu novo cargo.

O Goldman Sachs observou que ela citou em várias ocasiões, um modelo muito sofisticado denominado Optimal Control Aproach, que projeta uma estimativa da taxa de juros, buscando atingir seus objetivos de nível de emprego e inflação, ou seja, é uma caixa preta. A principal razão que motivou este Banco a supor que este modelo estava sendo usado pelo FED, é que as projeções das taxas de juros publicadas nesta última reunião, são muito baixas, não sendo compatíveis com modelos mais "clássicos".

Sem entrar no mérito de como é construído nem as suas premissas, vamos analisar qual será a perspectiva para o Fed Funds nos próximos anos.

Na alternativa intermediária os juros só  começariam a subir no início de 2016, atingindo o nível considerado de equilíbrio, 4% a.a., em 2019. A título ilustrativo, eu construí uma tabela considerando estes dados, e calculando qual seria a taxa de juros de hoje até estas datas futuras, veja a seguir.

Só para esclarecimento, em azul são as taxas implícitas no modelo, e ao lado o rendimento dos papéis do governo americano para cada um destes vencimentos. Não é muito, mas as taxas podem cair mais. Não é a toa que o BNDES fez uma captação na semana passada, cujo volume de propostas foi dez vezes superior a oferta. Será que o dinheiro vai voltar para os emergentes? É bem possível.

Como prometido, fiz uma análise mais detalhada do real. No longo prazo, com horizonte de 3 anos, ainda nada muito claro, posso visionar uma queda abaixo de R$ 1,55 ou novas altas para o futuro, assim no momento é um total wishfull thinking! Já num horizonte de médio prazo, acredito, que quedas do dólar entre R$ 2,10 e R$ 1,90 são prováveis, ou até mais baixo, veja a seguir.

Acompanhem comigo, tem muita informação e premissas no gráfico:
  • Estou assumindo que o real passa por uma correção, assim é difícil estabelecer ex-anti, uma trajetória.
  • Observem que existiram três fases indicadas com numerações em verde: 
          1) Queda, intervalo entre R$ 2,55 - R$ 1,55, com duração 2 1/2 anos;
          2) Alta, intervalo entre R$ 1,55 - R$ 2,45, com duração de 2 anos; 
          3) Queda? iniciada em setembro/13 com objetivo de R$ 1,90 ou abaixo. 
  • Será um período acompanhado de altas e baixas, como os anteriores, sugerindo operações somente em extremos, maximizando o risco x retorno.
No curto prazo me fixaria nos seguintes intervalos, uma venda do dólar, caso a cotação atinja R$ 2,27/2,29. No momento não faço nada, pois o dólar pode testar ainda ~ R$ 2,15, antes desta míni alta.

O SP500 fechou a 1.701, com baixa de 0,47%; o real a R$ 2,2008, com queda de 0,40%; o euro a 1,3496, com queda de 0,19% e o ouro a US$ 1.321, com queda de 0,24.
Fique ligado!

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