Segundo aniversário

Quando decidi criar o mosca, o objetivo foi externar minhas idéias sobre a economia e buscar de uma forma simples explicá-las auxiliando nos seus investimentos. Para obter credibilidade é fundamental que se "coloque na reta", pois caso contrário fica difícil avaliar as sugestões.

Hoje faz dois anos do meu primeiro post helicópteros-esquentando-os-motores, e pelo título poderia ser o de hoje, afinal este assunto de helicópteros, a forma como o mosca denominou a liquidez injetada pelos BC´s, ainda continua na mídia. Estar vivo significa mudar, e ao folear alguns posts passados observo que houve mudanças, mas algumas características permanecem intactas, como o "meu amigo" que vive me cutucando, gosto dele!

Sem mais delongas vamos aos números, são 667 posts, aproximadamente 42.000 visitas, sendo 63% vindas do Brasil. 18% dos USA e o restante distribuídos em vários países, os posts mais populares estão anotados na página do blog. Obrigado pela confiança! Ah, e antes que eu me esqueça, mudei o visual do mosca, espero que gostem.

 O assunto do momento, como não poderia deixar de ser é o câmbio, e nos próximos dias iremos saber qual a eficiência das medidas adotadas pelo BC, nesta semana tem reunião do COPOM e é esperado uma nova elevação da taxa SELIC em 0,50%, atingindo o patamar de 9% a.a.. Aqui na Rosenberg trabalhamos com mais três elevações até atingir o nível de 9,75%.

Na semana passada foram publicados os dados cambiais, e como venho comentando, percebe-se uma deterioração. O déficit em transações correntes ficou bastante elevado, atingindo US$ 78 bilhões, sendo que somente em julho foi de US$ 9,0 bilhões, nada confortável. O grande vilão foi, e tem sido, a balança comercial, que se deteriora constantemente, enquanto a conta de serviços e rendas não apresentam grandes novidades. Para financiar este déficit as rúbricas mais relevantes são os investimentos estrangeiros, que vêm mantendo um volume anual estável, como pode-se observar no gráfico abaixo.
No post last-kiss, publicado em março deste ano, já alertei para uma trajetória que distanciava estas duas contas, e desde então é o que vem acontecendo. Não fosse a entrada de Investimentos estrangeiros em carteira, principalmente focado em títulos de renda fixa, o balanço de pagamentos iria para o vermelho, o que poderá acontecer em breve.

- David, vamos ao que interessa, o que estes dados podem afetar o dólar?
No curto prazo muito pouco, pois mesmo com esta deterioração, ainda não houve impacto em nossas reservas. No médio prazo é um pouco diferente, pois pode colocar em dúvida a sustentabilidade das contas externas. A desvalorização recente do real deve ter um impacto positivo restrito no curto prazo, talvez vá diminuir as viagens de brasileiros ao exterior, mas não deve ser muito, pois pagando em 24 parcelas a viagem, o aumento da prestação não deve ser tão elevado, já em relação a balança comercial, depende muito mais dos preços das commodities e de sua demanda, do que da cotação contra o dólar.

Eu tinha comentado que a reunião deste final de semana em Wyoming poderia apresentar algumas surpresas,  mas nada de importante aconteceu, uma vez que nenhum Presidente de BC apareceu por lá.

O SP500 fechou a 1.656, com baixa de 0,40%; o real a R$ 2,3817, com alta de 1,42%; o euro a 1,3371, sem alteração e o ouro a US$ 1.401, com alta de 0,40%.
Fique ligado.

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