Os imóveis precisam dos helicópteros?

O mercado imobiliário é um setor importante para a economia americana, todos lembram bem quando era manchete de jornais alguns anos atrás, responsáveis pelo início da crise de 2008 que perdura até hoje. Durante duas décadas, de 1980 até o ano 2000, representava 4,4% do PIB, chegando a 6,6% em 2005. Após a eclosão da bolha imobiliária chegou a um mínimo de 2,4% em 2010, e hoje encontra-se ao redor de 3,1%.

O estoque de imóveis é fundamental, uma vez que sua elevação diminui os novos lançamentos. Como pode-se verificar no gráfico abaixo, depois de ter atingido uma marca histórica de 3,0 milhões de unidades no auge da crise, vem diminuindo desde então, embora apresente uma piora recente.


Abaixo, com uma visão mais de curto prazo, fica evidente esta piora, neste indicador.


Outro fator que determina a intenção de compra de novos imóveis e a evolução dos preços, é inegável que uma alta dos mesmos, cria um efeito riqueza, elevando o consumo de bens como contra partida, além de motivar novos potenciais compradores a adquirir. No gráfico a seguir nota-se uma recuperação dos preços em bases anuais.



 Mas como este mercado vai se comportar com a elevação das taxas de juros nos empréstimos, ocorrida recentemente? Vocês já notaram a quantidade de vezes que se noticia que o FED está pronto para alterar sua política monetária, eu mesmo elaborei um post o-bernanke-vai-arriscar? com uma análise sobre o assunto, e diariamente a cada publicação que aponta melhoras na economia, implica em mais apostas pelo mercado que o fim dos helicópteros está próximo.  Tenho certeza que o Bernanke e seus seguidores mais baixistas dos juros têm receio que um movimento precipitado pode jogar água fria e abortar esta melhora.


O gráfico acima é sobre o nível de juros cobrados nos empréstimos imobiliários, é nítido que houve uma elevação muito forte em pouco tempo, onde a taxa passou de 3,4% a.a. para 4,4% a.a. Embora o nível ainda seja baixo, esta elevação tem um impacto de 15% nos valores das parcelas mensais, o que não é pouco para um mercado de trabalho onde os salários estão estagnados há vários anos. muitos-furos-na-boia.

Fui analisar um índice para avaliar o impacto nas ações das companhias que constroem residências dow jones construction index, e embora o mesmo sofreu uma queda de 27%, da máxima atingida recentemente, ainda não aparenta sinalizar uma luz vermelha.


Como ficamos? Os analistas esperam que o setor imobiliário contribua com 0,75% no PIB, nos próximos 18 meses, este segmento é importante, haja visto que a economia americana está num ritmo de 1,5% a.a., segundo o Banco Goldman Sachs, portanto sem aquela contribuição o PIB estaria abaixo de 1% a.a., nível bastante delicado. 

E agora José, ou melhor, Bernanke, vai ou não retirar os helicópteros?

O SP500 fechou a 1.694, com alta de 0,27%; o real a R$ 2,3127, com alta de 1,15%; o euro a 1,3263, com baixa de 0,26% e o ouro a US$ 1.320, com baixa de 1,15%.
Fique ligado!

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