Há vagas?

Quem já não passou em frente a porta de uma fábrica e se deparou com uma placa: Há vagas. No Brasil a situação na área de empregos é boa, estamos praticamente a pleno emprego, não fosse isso as manifestações que presenciamos no mês passado poderiam ter consequências muito piores. Já nos países desenvolvidos a situação é mais delicada, depois da crise de 2008 este é o maior foco dos Governos.

Ontem no post competição-e-produtividade apresentei dois exemplos de mudanças estruturais que complicam a criação de novas vagas nestes países, hoje vou apresentar algumas alterações que também impactam o segmento nos USA.

Nos últimos tempos, existe uma tendência de flexibilização tanto do horário quanto do local de trabalho, vários são os motivos, economia de espaço e transporte, adequação as necessidades da população, diminuição dos custos sociais e etc... Tudo isso só foi possível pela evolução tecnológica dos meios de informação e comunicação, e hoje é possível se trabalhar em casa sem muita perda, pelo fato de não se estar no escritório.



Como consequência os trabalhos temporários vem ganhando mais espaço, e principalmente depois da crise de 2008, tiveram uma aceleração. Desde então crescem a uma taxa de 14% a.a., enquanto os de contrato efetivos diminuíram em 3% a.a. Independente do motivo desta mudança, é muito mais frágil a situação destes funcionários, uma vez que dispensá-los basta um email, ninguém vai perceber, enquanto os últimos tem uma componente emocional envolvida, sem falar nos seus custos. Será que isto é uma tendência, ou foi uma consequência?

Outra mudança ocorrida na sociedade americana, é o fato dos jovens ficarem mais tempo na casa de seus país. A expectativa de vida cresceu em todos os lugares do mundo, a busca por uma vida mais saudável pelos seniores e o avanço da medicina, elevaram em 10 anos a vida média. Eu não sei se este fator vem influenciando a postergação pelos jovens de iniciarem uma família, ou se também é consequência da crise, o fato é que a quantidade de casamentos entre os jovens americanos com idade entre 18 a 31 anos vem caindo.


Este próximo gráfico mostra uma queda dramática na independência dos casais como chefes de família, no final dos anos 60 representavam 58% do total e hoje próximo de 20%, onde nos últimos anos o que mais cresceu foi viver nas casas dos país.


Estes motivos possivelmente têm influência na baixa recuperação do emprego quando comparado com outras situações vividas no passado, mesmo que as empresas estejam obtendo lucros recordes, não estão contratando, pelo menos na velocidade que se esperava. A estrategia adotada pelo FED e outros BC´s foi a de inundar os mercados com liquidez, assim evitar uma deflação nos preços dos ativos e de certa forma incentivar a sua valorização. Ninguém tem condições de prever como isto vai acabar, pode ser que seja com uma normalização lenta, ou o estouro de alguma bolha que desencadearia uma deflação. O Presidente do FED, especialista no ramo, deve estar louco para terminar seu mandato e passar a o "pepino" para outro.

Apple, quem te viu quem te vê, depois de passar alguns meses sendo muito criticada, caiu no esquecimento uma vez que, os que achavam que o céu era o limite, devem ter vendido suas posições.

A ação se encontra hoje ao redor de US$ 465, pode ser que o mínimo já tenha sido atingido, ao redor de US$ 400, mas agora encontra-se num ponto vulnerável, então eu recomendo que se alguém seguiu meu conselho a-apple-não-acabou, venda agora e aguarde. Se ultrapassar os US$ 490, abre-se o caminho para novas altas, mas se ao contrario começar a cair, pode buscar US$ 350/330. It´s up to you!

- David, espera aí eu comprei e você disse que iria para US$ 540!
Você tem razão, esta era minha expectativa, porém a formação deste micro movimento de alta não me agradou, não seguiu o que eu tinha combinado com o pessoal do vale do silício! Hahahahah... Então resolvi mudar e sair. A título ilustrativo, análise técnica é assim mesmo, fazemos uma previsão de qual seria o movimento mais provável, a partir daí observamos, e se  não se comportar como originalmente imaginado é preciso mudar. 

Não dá para "lutar" contra o mercado por que ele não seguiu a nossa previsão, o que se deve fazer é o contrário, temos que reavaliar, afinal ninguém tem o poder de prever o futuro!

O SP500 fechou a 1.697, com queda de 0,57%; o real a R$ 2,2960, com queda de 0,41%; o euro a 1,3307, com alta de 0,38% e o ouro a US$ 1.283, com queda de 1,51%.
Fique ligado!

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