A pressão continua

Tem sido um desafio para mim, escrever diariamente sobre assuntos de interesse ou situações de mercado que mereçam destaque, hoje consigo imaginar a pressão que um jornal passa. Quero agradecer as palavras de incentivo dos leitores, relativos ao 2º aniversário, e que me motivam a continuar com o mosca.

Como estamos na semana de comemoração, Hahahahah..... vou contar uma passagem da minha vida profissional. Aos 27 anos fui eleito diretor estatutário do Banco Francês e Brasileiro, fico orgulhoso, uma vez que fui o mais jovem da história daquela instituição. Ao assumir a Tesouraria tinha um colaborador, o Sr. Cyrillo, que fechava o caixa diariamente de todas as 55 agências, manualmente. Este "velhinho" simpático tinha mais tempo de banco que eu de idade!

Logo aprendi que tinha que tomar muito cuidado com os feriados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os bancos concorrentes "expertos", buscavam se aproveitar dos bancos desavisados. Eu era novato no business e acho que a diretoria assumiu um bom risco, quando me colocou no cargo, era como dar uma fórmula um, para um piloto que recém tinha tirado carta. No feriado de São Paulo fui trabalhar no Rio de Janeiro, assim que cheguei me deparei com o mapa do Cyrillo, que apontava um um furo de caixa gigante. Depois de buscar quem teria feito um saque daquela magnitude, percebi que o Banco Mul....plic fez uma operação, a princípio casada, que causou este impacto. Eu queria matar o operador que não tinha percebido, mas como pessoas inteligentes aprendem com os erros, acreditei que valeria como ensinamento futuro.

Eu estava em minha sala, pensando como iria resolver, quando de repente o Hilário, funcionário do Banco, entra em minha sala. Ele era aquele tipo carioca, sem demérito aos vizinhos, bem vestido, pinta de banqueiro. Depois dos comprimentos percebe que estou meio tenso e pega o mapa.

"Nossa David"!, ele exclama.
Naquele momento, pensei que teria alguém para dividir minha angústia, em seguida diz:
"Os depósitos da agencia de Manaus subiram muito, que bom!"
Percebi que ele não tinha a menor ideia do que estava se passando, tive que pedir pinico para outro banco a um custinho salgado!

-David, Flash Back?
Realmente não sei por que contei este episódio na semana de aniversário do mosca, vou pedir um tempo a você para conversar com minha analista e tentar encontrar a razão.

A pressão continua nos mercados emergentes, esta noite as bolsas tiveram quedas importantes na Àsia e as moedas reverteram as melhoras dos últimos dias, veja a seguir.


A situação do BCB pode ficar mais difícil se a pressão aumentar, neste caso ou terá que aumentar as intervenções anunciadas para barrar novas altas do dólar, ou vai deixar o real cair. No gráfico a seguir vou apresentar argumentos que indicariam que um máximo foi atingido dia 21/08 a R$ 2,455, destacado em azul e outras evidências que vislumbram uma nova alta do dólar ao nível que mencionei antes de R$ 2,50/2,52, grifado em vermelho.

Em azul

  1. Este nível pode ser considerado como satisfeito para a alta.
  2. Os osciladores, não mostrados aqui, estão num extremo.
Em vermelho
  1. O nível de R$ 2,30 não foi penetrado, conforme mencionei no post ração-diária.
  2. Ficaria mais "correto" se a cotação seguisse a linha traçada em vermelho originando uma nova alta.

Tecnicamente, mesmo que o dólar ainda vá atingir novas máximas, me parece que não deveria ser agora, talvez na próxima semana, mas caso o movimento dos pares emergentes continuem em queda, acredito que não vai ter jeito, e vamos assistir novas altas.

O SP500 fechou a 1.630, com baixa de 1,59%; o real a R$ 2,3685, com baixa de 0,44%, recuperando as perdas da abertura; o euro a 1,3389, com alta de 0,15% e o ouro a US$ 1.416, com alta de 0,83%.
Fique ligado!

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