A População Mundial é uma ameaça?


Como é de praxe, quando acontece um feriado nos USA os mercados ficam em banho-maria, assim vou aproveitar para escrever sobre um assunto que é da maior importância do ponto de vista estrutural. Estamos presenciando inúmeras manifestações ao redor do globo e mais recentemente bateram em nossa porta. Nem sempre as causa é o verdadeiro problema, é somente a forma como é descomprimida.

O mundo hoje tem muita gente, embora a taxa de natalidade dos países ocidentais venham decrescendo, o mesmo não acontece nos países subdesenvolvidos. Para justificar meu argumento a revista economist publicou um trabalho bastante interessante de como a população mundial deve evoluir até o ano 2050.


Observem que a taxa de crescimento na Africa e Asia é muito superior a América e principalmente da Europa com um crescimento negativo. Hoje são 7,2 bilhões de pessoas, e em 2050 vai atingir a marca de 9,6 bilhões, uma evolução de 33,3%. Observem também que a Índia será o país mais populoso ultrapassando a China, e todos os países da Europa e o Japão não estarão entre os dez mais populoso, sendo substituído por países Asiáticos e Africanos, e para complementar, o Brasil só irá perder algumas posições.

Este quadro é de suma importância, pois países muito pobres terão que conviver com populações enormes, o que por si só já é bastante desestabilizador, uma vez que as riquezas estarão em países com populações menores, exceção aos USA.  

 Agora um pouco de história, há 30 anos a China resolveu mudar o rumo de seu país, com uma população gigante e em sua maioria vivendo nos campos, começou uma verdadeira Revolução Industrial. Para executar esta mudança atraiu empresas para lá, com um atrativo irrecusável, mão de obra à um custo irrisório comparado com qualquer outro país, lentamente estes trabalhadores foram sendo treinados até que adquiriram padrão internacional. Voltou a sua produção para vender no exterior e os recursos provenientes destas vendas financiaram seus importadores comprando títulos destes países, hoje é a 2ª maior economia do mundo.

Estes dois fatores ocasionaram uma mudança estrutural em todos os países, vejamos: Os USA, que são detentores de tecnologia, substituíram parte de suas indústrias por empresas de informática e os empregos também seguiram este caminho, a Inglaterra que é um país menor se especializou na área financeira, a Alemanha e Japão em produção de máquinas de alta tecnologia e o Brasil foi para as commodities e serviços. Porém, a fábrica do mundo passou a ser na China.

Com o cenário exposto acima, parece muito razoável assumir que haverá fartura de mão de obra barata por muito tempo, mas será que haverá consumidores suficientes para uma produção crescente? Não estou falando de commodities, que parece ter um futuro promissor e até de certo ponto uma possibilidade de escassez, os  preços deverão subir, o que é bom para o Brasil, mas será que vai faltar gasolina, água, e sobrar carros, roupas, etc...?

A China resolveu seu problema populacional com muita competência e hoje já é uma potência cuja definição clássica é: território extenso, poderio militar e riqueza, agora até 2050 qual modelo a Índia irá adotar, uma vez que sua população crescerá muito? E a Nigéria que só vai ter uma grande população num país pobre e pequeno? E a Rússia que não estará mais entre os dez primeiros?

Parece que muitas incertezas esperam a geração de nossos filhos, sempre existem oportunidades e riscos, mas o fato do Continente Africano, onde a pobreza e subdesenvolvimento prevalecem, parece vislumbrar um desequilíbrio perigoso, em todo caso o Brasil parece estar numa situação boa, uma vez que mantém o status atual e tem água abundante, uma boa agricultura e rico em commodities. Boa sorte para quem até lá viver.

A bolsa americana não operou; o real fechou a R$ 2,2651, com queda de 0,11%; o euro a 1,2918, com queda de 0,68% e o ouro a US$ 1.28, com queda de 0,24%.
Fique ligado!

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