O futuro é sempre incerto

Esta frase, o futuro é incerto, não apresenta nenhuma novidade. Durante a vida de uma pessoa, em vários momentos passamos a imaginar situações futuras que podem ou não se concretizar, não há nada de mal nisso, desde que estas especulações não passem a ser uma paranoia para a realidade encaixar-se nos sonhos.

No mundo das finanças, se têm algo que é importante para ser bem-sucedido em seus investimentos, é ter uma projeção sobre o futuro, assim você direciona suas aplicações, e é aí que o orgulho pode atrapalhar se não comparamos nossas hipóteses com a realidade.

Não é fácil assumir um erro, pode ser seu emprego que vai para o brejo, a vergonha de ter que enfrentar as gozações e assim por diante, é menos dolorido "teimar" e colocar a culpa em alguém, no mercado, governo, qualquer um, desde que não seja você. Esta é a armadilha da análise fundamentalista, pois como justificar o erro, o que poderia ser? Resposta: Os preços são formados pelas reações de humanos, que nem sempre usam só a razão, e nestes momentos o fundamento não funciona.

Hoje os ex-popstars levaram mais um tombo, e vejam estas previsões do ouro feitas nos últimos meses.

Bank of America (MacNeil Curry) - US$ 3.000 a US$ 5.000
Ben Davies - acima de US$ 6.000
Citibank (Tom Fitzpatrick) - US$ 6.300
Nomura (Bob Janjuah) - Estava em dúvida entre US$ 7.000 ou US$ 14.000
Ertse Group - U$ 8.300
Societe Generale - US$ 8.500
Michael Pento - US$ 10.000
Jean-Marie Eveillard - US$ 15.000

Notem que eram estimativas muito acima dos preços negociados, só posso imaginar que tinham uma leitura que o dólar viraria pó, imaginem como estão se sentindo.

É por estas e outras que, cada vez mais eu uso a análise técnica junto com o stoploss, que é um limite imposto antecipadamente e não leva em consideração nenhum sentimento. Mesmo assim, às vezes, "força-se" o gráfico a encaixar nas suas ideias, o bom é que dura pouco, pois você vai ser stopado rapidinho.

Vou me estender um pouco, pois este post tem um caráter educativo, de como os gráficos e suas análises podem evitar grandes prejuízos e gerar oportunidades. No final de 2012, quando o ouro estava ao redor de US$ 1.700, no post gold-come-on eu não estava muito seguro se haveriam novas altas, mas meu viés era mais para comprar.

 Veja que eu vislumbrava 2 possibilidades, e frisei que só poderia ter uma visão altista depois de ultrapassar US$ 1.900 e baixista abaixo de US$ 1.550. A partir daí acompanhando os movimentos, cada vez mais fiquei propenso ao cenário da queda, que resultou num trade de venda e um lucro de 12,5%. O mosca passou de comprador para vendedor de ouro somente pelo movimento dos preços e indicadores técnicos.

Vamos ver daqui em diante, o que esperar.

Dos 3 pontos que eu mencionei no post que-fase, só resta o último ao nível de US$ 1.150, de onde uma alta poderá acontecer mais à frente, abaixo precisaria fazer uma nova análise.

Tenho os seguintes argumentos para acreditar que o ouro não vai virar pó: a) A queda desde o máximo de US$ 1.930, atingido em setembro de 2011, tem um shape de correção; e b) Nesta "tipo" de correção o sentimento é que o mercado mudou, passando de alta para baixa num horizonte mais longo, e parece que é esse o mood  do ouro agora.

Independente do que acontecer com o metal, quero enfatizar que quando eu coloco que um ativo pode subir ou pode cair, explicita meu respeito a imprevisibilidade sobre o futuro. Não me engano, pois varias vezes sou traído pela vaidade, ou fico constrangido de ter que assumir que errei, mas é por pouco tempo, o stop resolve minhas questões, e o tempo me coloca nos trilhos.

NUNCA DEIXE DE ESTABELECER O STOPLOSS NO INÍCIO DO TRADE!

O SP500 fechou a 1.603, com alta de 0,96%; o real a R$ 2,1872, com queda de 1,2%; o euro a 1,3009, com baixa de 0,57% e o ouro a US$ 1.226, com queda de 4,16%.
Fique ligado!

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