Emissão digital

Em 1980 comprei um computador Apple, acredito que tenha sido um dos primeiros. Sua memória era "enorme" 16 kbytes, mas mesmo assim resolvi exagerar e comprei uma memória extra, ficando com 48 kbytes, um avião! Eu me animei tanto com a ideia, que eu e um amigo da faculdade, resolvemos abrir uma loja para a venda de micro computadores, afinal acreditávamos que seria o ramo do futuro. A loja não durou muito tempo, pois as margens foram comprimidas e os fabricantes começaram a vender direto. Em contra partida, das marcas que eram negociadas na época só sobrou a Apple, justificando a teoria que num novo mercado que entra primeiro normalmente não sobrevive.

Com o passar do tempo a capacidade de memória foi crescendo exponencialmente, e para simplificar começou a se falar em megabytes, gigabytes, terabytes e mais recentemente o Yobibyte que vale:

1 yobibyte = 280 bytes = 1 208 925 819 614 629 174 706 176 bytes

-David, Hahahahah..... vai dar uma de bacana querendo ensinar eletrônica?
Entendi, vamos ao que interessa, o FED tem dado alguns sinais que se a economia americana "pegar no tranco", está disposto a começar a dispensar os helicópteros, e os mercados já fazem apostas que começaria a retirar os estímulos em 2.013. Já enfatizei também, que o número a ser acompanhado é a taxa de desemprego. Tive também acesso a um estudo feito pelo FED de Chicago (cada estado tem o seu), onde calcula que é necessário a criação de apenas 80.000 novas vagas por mês para manter a taxa de desemprego estável, diferentemente do passado onde este número era próximo de 200.000.

Mesmo que este cenário positivo aconteça, é mais provável imaginar que no 3º trimestre haveria esta ação, porém a Europa e mais recentemente o Japão ainda não estão neste ponto, e ao contrário vão precisar de mais helicópteros. O gráfico a seguir combina as injeções de liquidez realizadas pelos BC´s ao redor do planeta, como pode-se verificar ainda está a plena carga.


Na Europa onde a política one size fits all não funciona, segundo a regra de Taylor, onde se calcula o juro teórico a se praticar numa determinada situação, os juros teriam que ser muito diferentes se exclui-se os países core, veja abaixo.


Não precisa ser um PHD em economia para saber que emissões de moeda crescentes aumentam a probabilidade de elevação na inflação, estes indicadores vem subindo a níveis nunca antes vistos.

70 trilhões de dólares é o total do M2 hoje, e as economias estão na melhor das hipóteses não piorando. Será que os BC's resolveram contratar engenheiros eletrônicos, que estão acostumados a trabalhar com números sempre crescentes de memória, para projetar a quantidade de moeda a ser injetada? Hahahahah.... daqui a pouco, fazendo um paralelo, vamos falar em "Tera" trilhões de dólares!

As bolsas nos USA estão sendo pressionadas nestes últimos dias, por conta da possibilidade de redução dos helicópteros. Eu não acredito que a onda C esteja começando agora, mas a onda B é traiçoeira previsão-para-o-próximo-ano, então estou sempre atento.

Enquanto a região apontada acima como pivô não for penetrada (1.590/1.570), as chances são de mais altas à frente, se por outro lado isto acontecer, será um evento muito importante do ponto de vista técnico, conhecido como false break, que pode ser o preâmbulo para uma queda mais intensa. 

Como já havia mencionado, amanhã tem números de desemprego e, talvez aconteça algo inusitado, se os números saírem ruins pode ser que o SP500 suba, pois indica que serão mantidos os helicópteros e se for muito alto, pode cair um pouco. Isto nada mais é que um pensamento, só isso! 

Eu resolvi fazer um ajuste no stoploss na posição do real pastelão para o nível de entrada, as razões são várias mas a que importa mesmo, é que se o cenário acima descrito acontecer, pode ter uma realização generalizada no dólar afetando o real. Fico na posição, sem risco de perda daqui em diante, e dedo no gatilho ao redor de R$ 2,20, let´s the market speak!

O SP500 fechou a 1.622, com alta de 0,85%; o real a R$ 2,1258, com baixa de 0,11%; o euro a 1,3244, com alta de 1,15%, quem diria! e o ouro a US$ 1.412, com alta de 0,68%.
Fique ligado!

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