Bernanke: To do list

Depois de cinco anos tentando colocar a economia dos USA nos trilhos fez com que Bernanke e sua turma usasse e abusasse do helicópteros, afinal ele como o especialista no assunto sabe que se titubear a economia entraria numa deflação e aí não teria mais nenhuma bala na agulha.
Ele sabe também que o risco da "overdose" é alto, uma volta rápida da atividade e uma possível elevação da inflação é perigoso, ou seja, todo cuidado é pouco.

Imagino quantas e quantas noites o Presidente do FED passou acordado listando o que deveria fazer quando o sinal de melhora da economia americana se aproximasse, fez o seu to do list, e deve ter repassado inúmeras vezes, da mesma forma que quando tínhamos uma prova difícil no dia seguinte. Imagino que o item número um da sua lista deve ser: "O mercado não pode ser pego de surpresa", e a razão é muito simples pois se ele não dá os sinais que vai agir, o mercado pode interpretar que está na "torcida" e as taxas de juros longas subiriam como um foguete.

Acredito que foi essa a sua intenção ultimamente e que fez os mercados chacolharem. Acontece que como definiu o que vai acontecer no tempo, através de suas projeções, os investidores já foram direto ao ponto e recalcularam os preços dos ativos, levando em conta que até 2014 termina os helicópteros e em 2015 os juros começam a subir, assumiram  como um given.

Veja como são as estimativas dos membros do FED para os juros ao final de 2015, notem também que nesta última reunião havia apenas 3 membros que achavam que os juros poderiam estar na casa dos 3% a.a. e a grande maioria ( 15 de 19) acreditam que será inferior a 1,5% a.a.


Vários analistas, onde me incluo, não entendem esta re-precificação forte, pois no mínimo, tem que combinar com os Russos! Eu não posso imaginar que o Bernanke não sabia que causaria um estrago, e para ele é melhor vir agora com interpretações do tipo "senta que o leão é manso", pois todo mundo já está ligado no assunto.

-David, então o Bernanke foi gênio, pois não tem nenhum risco na sua atitude.
Acho que foi perspicaz sim, mas só tem um problema, se suas projeções falharem e a economia não estiver melhorando do jeito que ele imagina, o tiro pode sair pela culatra e o FED ficar sem credibilidade, além da troca de comando, com a programada saída do Bernanke. Também é muito fácil ficar de espectador, mas fazer  a gestão deste momento é muito delicado, não aceitaria este emprego por preço nenhum.

Ontem foram retificados os dados sobre o PIB no 1º trimestre, que foi reduzido de uma primeira estimativa de 2,4% para 1,8%. O gráfico a seguir apresenta a evolução do PIB real, bem como o PIB per capta desde 2.000, não parece nada animador.


A economia americana depende em sua maioria de seu consumidor, o acompanhamento da renda é importante. O gráfico a seguir mostra a evolução real desde o ano 2.000, e pode-se notar a dependência do crédito para que continuasse crescendo, pois desde então teve uma evolução predominantemente negativa, mas desde a grande recessão não há nenhum sinal de melhoria, pelo contrário só tem tido quedas.


Pode até ser que as coisas melhorem bem daqui em diante, mas os dados reais ainda não apontaram este otimismo, o que sim, pode dar um alento é a valorização da bolsa de valores e dos imóveis, e se estes forem os motes, nada está mudando na maior economia do mundo que é movida por crédito mais crédito!

O real vem evoluindo da forma que eu imaginava manifestações-nova-mania-nacional, recuando da máxima atingida de R$ 2,275, porém imagino que ainda uma nova alta do dólar deve acontecer mais à frente.

 Acredito que entre R$ 2,16/R$ 2,14 deve-se comprar dólares com um stop entre R$ 2,095 a R$ 2,06. Como a volatilidade subiu, eu deixei um intervalo para o stop, uma vez que entre o preço de compra médio e o nível de R$ 2,06 a perda seria de 4,3%, um pouco elevada. Para vocês entenderem este intervalo é que se o dólar cair abaixo de R$ 2,095 provavelmente não vai seguir o curso que imaginei, porém a certeza é somente abaixo de R$ 2,06. Em todo caso preciso combinar com muita gente ainda, vamos ver se ele primeiro vai para o intervalo de compra, depois decidimos.

O SP500 fechou a 1.613, com alta de 0,62%; o real a R$ 2,1954, com alta de 0,41%; o euro a 1,3042, com alta de 0,21% e o ouro a US$ 1.200, com queda de 1,97%.
Fique ligado!

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