A dança da cadeiras

Quem já não participou da dança das cadeiras? Era divertido, ficava rodando em círculos até que o som parasse, e aí rapidamente buscávamos sentar para não sair da brincadeira. Se alguém tentasse se antecipar, e num lapso sentava na cadeira sem a música parar, era eliminado, até que sobravam dois participantes e uma cadeira. Bons tempos de infância!

Fiz este paralelo, pois estamos vivendo uma situação semelhante, onde sabemos que a música irá parar em algum momento, quando o FED começar a retirar seus estímulos, aí os investidores buscarão sair dos ativos, imaginando que vão cair. Diferente da brincadeira infantil, a impressão é que tem muito, muito menos cadeiras, e então quem bobear vai ficar com dor nas pernas, ou melhor, nos bolsos! Hahahah....

Uma avant premiere está acontecendo nestes últimos dias, desde que o Bernanke avisou que um dia a música vai parar, a partir daí vários investidores "sentaram na cadeira", mesmo correndo o risco de sair do jogo por uma atitude prematura. É compreensível, uma vez que os ativos subiram muito e parece que o dowside é maior que o upside, apertaram o gatilho!

Recebi um relatório do meu "guru" Bill Gross da PIMCO e vi que eu não era o único que tinha interpretado as palavras de Bernanke de uma forma diferente do mercado Which-way-for-bonds-Mapping-a-path-forward, recomendo a leitura, é curto, ele dá suas sugestões do que fazer, inclusive com uma visão positiva sobre o Brasil.

Eu tive o privilégio de fazer terapia com a Dra. Judith Adreucci, que infelizmente faleceu há alguns anos, na época era uma senhora com mais de 80 anos e tinha uma clareza e conhecimento humano ímpar. Numa determinada secção eu perguntei à ela como poderia saber se um pensamento era intuição ou fantasia e sua resposta foi: ..." David, observe a realidade e se a mesma confirmar seu pensamento você teve uma intuição, caso contrário foi uma fantasia"...e desde então busco usar este conselho. Vocês já sabem que o meu maior dilema é sobre uma possível deflação, que vêm sendo combatida com unhas e dentes pelos BC´s. Minha intuição (ou fantasia) diz que SIM! Vamos examinar os pontos a favor e contra:

A Favor da Deflação



Contra a Deflação

  • A emissão de moeda atinge níveis elevados aumentando o risco de inflação emissão-digital.
  • Mercado de trabalho está mais apertado que o FED imagina economista-pede-divorcio.
  • O setor Imobiliário vem apresentando melhoras, inclusive com aumento dos preços das casas.
  • O PIB teve um desempenho bom no último trimestre, além das empresas apresentarem lucros elevados.
Mas é a taxa de inflação onde a deflação pode ser medida, e como pode-se verificar a seguir, a mesma deve estar tirando o sono do Bernanke.


-David, o que fazer?
Usando os conselhos da Dra. Judith, ficar acompanhando os dados e não embarcar em nenhuma das duas possibilidades antes que fique mais claro, mas confesso que tecnicamente, se o cenário da onda C se materializar, a deflação parece ser o mais provável.

Um comentário breve sobre os jogos da Copa das Confederações, nosso time ganhou com facilidade do Japão apresentando um bom futebol, entretanto o time da Espanha joga um futebol esplendoroso, a forma rápida e envolvente como os jogadores tocam a bola, dão a impressão que é fácil jogar futebol, mas não é. Parece que eles têm um "chip" implantado, que efetua os cálculos complicados nas trocas de passes e lançamentos, dado a sua perfeição (isto é fantasia! Hahahaha...). Se tudo der certo, parece que a final será entre o Brasil e eles, let´s see!

Na última vez comentei sobre o euro foi no post o-santos-vai-receber, e como havia enfatizado, operar a moeda única tem sido repleta de armadilhas. Estávamos comprado e realizamos um pequeno lucro (apontado abaixo), a partir daí as cotações subiram e hoje encontra-se num preço que ainda não sugere ação. Como ela está numa correção, nenhum comprometimento é recomendável. Poderemos até vender em níveis inferiores, tudo depende da forma como performa, sem compromisso pré estabelecido.

O real acabou não se comportando como eu esperava emergentes-bola-da-vez, republico o gráfico com a observação em vermelho.
Não quero me precipitar e recomendo não tomar posição no momento pois os indicadores técnicos estão muito "esticados", aguardem uma nova análise para amanhã.

O SP500 fechou a 1.639, com alta de 0,76%; o real a R$ 2,1645, com alta de 0,59%; o euro a 1,3368 com alta de 0,17% e o ouro a US$ 1.384, com queda de 0,42%.
Fique ligado!


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