Procura-se: Presidente do FED

Quem já mudou de chefe sabe como este momento é difícil, a troca do conhecido pelo desconhecido. Mas a vida é feita de mudanças e depois de algum tempo, na maioria dos casos, nos adaptamos. Agora eu queria falar de uma mudança que poderá ter efeitos importantes para todos os mercados financeiros, pois em janeiro de 2014, Ben Bernanke será substituído.

Acredito que ele esteja contando na folhinha, dia após dia, ele pode ser criticado por muitos, mas pegou um abacaxi de respeito! Na sua avaliação deve-se levar em conta que não deixou o barco afundar, e se colocou muitos ou poucos helicópteros, ninguém sabe. Quem vai substituí-lo passa a ser uma grande dúvida, normalmente é alguém de dentro do FED, sera do time dos "helicopterianos" ou seja manutenção, ou dos "chutar o pau da barraca"?

Nada mais justo nesta hora que um remember das ações do Bernanke. Um analista  elaborou um resumo juntamente com algumas evidencias, que passo a discutir a seguir.
O incremento do excesso de reservas foi canalizado diretamente para ativos de risco, com o objetivo de gerar retornos. Assim a correlação é de 85% entre o aumento destas reservas e o SP500.


Durante seu mandato existiram 3 programas de Quantitative Easing (QE), os dois primeiros tinham uma data de termino, enquanto este último não tem uma data pré definida, mas depende da taxa de desemprego e do nível de inflação, destacado no post de ontem labirinto.

Porém, como investidores podemos buscar pistas para dizer se o FED inciou o processo para encerrar o programa de QE atual:

  • Dólar americano
Outros países tendem a depositar suas reservas excedentes em dólares, quando sentem que a economia americana está mais forte, ou melhor que em outros países. Portanto uma desvalorização do dólar pode ser um indicador que o programa estaria terminando.


  • Ouro e Commodities
O ouro não está se comportando neste QE como nos programas anteriores. O metal subiu forte nos dois  anteriores pelo receio de uma hiperinflação, entretanto neste último caiu em função dos receios de uma deflação.


É provável que o ouro suba nos próximos meses se a economia fraquejar, com uma visão de proteção. 

O gráfico a seguir mostra as commodities durante os mesmo programas de QE. Os  metais estão sinalizando uma deflação e fraqueza econômica, e que sem os estimulo do FED, a economia americana estaria se apresentando mais débil que a atualmente.



  • Bonds
O mesmo acontece com os bonds, durante os programas de QE os juros subiram, uma vez que os recursos de "risco" foram alocados em ações. Entretanto o oposto ocorreu ao final dos programas quando saíram das bolsas para ativos "seguros".


Quando o QE3 terminar as taxas de juros deverão cair mais pela inevitável reversão nos preços da ações e  a busca de refugio.

  • O final
Não precisamos ter dúvidas que o FED fará o possível e impossível para acalmar os mercados quando decidir parar os helicópteros, mas isto não será suficiente, uma vez que o mercado de ações está muito vulnerável a uma correção expressiva, pela elevada complacência apresentada nestes últimos anos. Nas outras ocasiões onde houveram fortes quedas, 2000 e 2008, tudo parecia correr bem, até que repentinamente o medo suplantou a ganância e as quedas vieram. A mudança prevista no FED, é mais um fator de risco, e porque não, elevado risco que vai acontecer num momento delicado.

Na semana passada apresentei o raciocínio do economista David Rosenberg economista-pede-divórcio, que tem uma visão diferente deste analista. Quem está certo, ou qual eu julgo mais provável? Não saberia dizer, em determinados momentos penso que haverá aumento de inflação, e em outros, que o pior não passou e ainda vamos passar por uma deflação.Tempos difíceis, e como diz o velho ditado, quem viver verá.

O SP500 fechou a 1.650, com alta de 1,01% Uallllll.......; o real a R$ 2,0185, com alta de 0,56%; o euro a 1,2936, com queda de 0,30%; o ouro a US$ 1.425, com queda de 0,30%.
Fique ligado!

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