Economista pede divórcio

David Rosenberg, um renomado economista de Wall Street, vem acertando na mosca há 25 anos, sua recomendação durante todo este período era para que seus clientes comprassem títulos longos.
Eu já apresentei diversas vezes a evolução das taxas de juros dos títulos do governo americano, mas só para rememorar, na década de 80, um papel destes rendia 10%a.a. e hoje estão por volta de 1,8% a.a., não preciso dizer mais nada sobre sua performance. Pois bem, na sua ultima palestra da semana passada, ele anunciou que estava se divorciando.

-David, o mosca vai virar blog de relacionamento?
Ahahahahaha.... esta foi boa! Eu esqueci de mencionar que ele está se separando da sua grande paixão, os bonds. Para um "apaixonado" destes mudar de posição , deve ter motivos fortes, pois durante todos estes anos, por vários momentos foi questionado por isso. Para quem já passou, sabe que separação é um momento muito difícil, pois o desafio de reconstruir sua vida é grande, este argumento também vale para o Rosenberg, pois é mais "cômodo" permanecer numa posição vencedora, afinal não se mexe em time que está ganhando. Será que esta frase é verdadeira? Eu não acho! Vamos aos seus argumentos.

Ele menciona que estamos vivenciando a recuperação mais fraca desde o término da segunda grande guerra,  pois vem ocorrendo uma diminuição secular do crescimento potencial do PIB.


Em seguida ele questiona: ..."Como o PIB de 1,8% a.a. do ano passado acarretou uma queda na taxa de desemprego de 8,1% para 7,5%? Esta situação não faz sentido!"... No passado um crescimento de 4%a.a. podia acontecer sem gerar inflação, hoje já não é mais possível, por esta razão eu acredito que estamos na transição da deflação para a inflação"...

O mercado imobiliário esta revivendo, a desalavancagem está diminuindo, e novos empréstimos estão sendo concedidos, fator este que deve melhorar o PIB.


Porém existe um problema grave, os empresários não estão investindo, este nível medido sobre o PIB está a níveis compatíveis aos de anos de recessão. É o menor dos últimos 60 anos!


Existem 90 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, isto diminui a quantidade de pessoas disponíveis para trabalhar.


Em função deste fator e outros sobre o mercado de trabalho, Rosenberg acredita que uma taxa de desemprego de 7,5% está mais próxima do pleno emprego do que o FED imagina, hoje já existem aumentos de salários, e de horas trabalhadas. Como conseqüência o custo unitário vem subindo e a correlação com a inflação é historicamente elevada.


Estes fatores acoplados a politica altamente expansionista do FED, tem gerado inúmeras bolhas nos últimos anos, sempre que a taxa de juros ficou negativa. 


Os investidores foram "empurrados" aplicações mais arriscados, a busca de juros. A título de exemplo, há 5 anos atrás, o rendimento dos papeis do governo eram de 5 % a.a., e hoje este é o rendimento dos junk-bonds, títulos com baixa avaliação de crédito.


Ele termina dizendo que o seu divórcio é motivado porque a chance da inflação voltar se elevou, e quando começa subir é muito difícil de estancar, os investidores que estão investidos nestes títulos vão perder, assim ele não quer estar mais "casado" com os bonds! Também frisa que este movimento, se acontecer será lento, não do dia para noite.
Mais um analista a mudar de lado, será que meu dilema sera resolvido em breve?

o SP500 fechou a 1.626, com queda de 0,37%; o real a R$ 2,0115, com alta de 0,34%; o euro a 1,3043, com queda de 0,82% e o ouro a US$ 1.456, com queda de 1,12%, veja  o post publicado hoje durante o dia sobre a posição de ouro EXTRA: liquidacão-da-posicão-de-ouro.
Fique ligado!

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