Convergência ou divergência?


É esperado que a economia cresça, para que a bolsa de um determinado país tenha uma performance positiva. A lógica parece simples, pois em acontecendo, as vendas serão maiores e os lucros também. É verdade também que, outros parâmetros são considerados, porém o PIB é muito importante.

Ultimamente estamos assistindo a bolsa americana atingindo novas máximas e os argumentos são que o mercado imobiliário parece num processo de recuperação de preços e vendas, e os números do desemprego apresentando melhoras que, acreditam os analistas, tendem a se normalizar no tempo, sem falar na inundação de liquidez proporcionada pelo FED.

A realidade é que desde o início de 2009 até o final de março deste ano, a bolsa subiu 68% e se for considerado o ponto mínimo atingido em 9/3/2009, esta percentagem dobra para 138%. Com esta performance estelar, seria razoável esperar que a economia tivesse crescido, porém depois de incalculáveis números de helicópteros através de programas como TARP,TGLP,TGLF e outras inúmeras combinações de letras, que totalizaram a bagatela de US$ 30,0 trilhões, a economia cresceu meros 7,5%!


Como pode-se observar nos gráficos acima, os programas do FED simplesmente inflaram o excesso de reservas dos bancos em 170%. O incremento destas reservas, que os bancos podem tomar emprestado sem juros, foi direcionado para os mercados de risco para gerarem retornos. A correlação entre o aumento das investidas do FED e o retorno da bolsa é de 85%.

Considerando a renda e o consumo, o gráfico a seguir mostra de uma forma clara a retração contínua de ambos, indicando uma queda constante e gradual dos ganhos dos trabalhadores.



No lado do desemprego, o seu elevado índice forçou os americanos a uma dependência cada vez maior de programas sociais, o family bag. Os coeficientes sobre o total da renda, vem atingindo recordes todos os meses.


Por outro lado o lucro das empresas cresceram desde o término da última recessão, este fator foi rotulado como a razão pela alta das ações. Porém este aumento foi obtido de forma interessante, enquanto as vendas subiram 10% os lucros subiram 200%.   



Em azul o lucro das empresas em valor absoluto e em vermelho, com escala inversa, o lucro por empregado. Dispensas, corte de custos, aumento de produtividade, recompra de ações pela empresa, são os principais fatores do aumento dos ganhos. Estes fatores são finitos e inevitavelmente irão afetar os ganhos futuros, por outro lado, as rendas dos trabalhadores estão sendo canibalizadas por baixos salários.

Portanto, embora as ações estão nos máximos históricos, para a maioria dos americanos, que tem pouco investido nos mercados, sua visão é diferente. Enquanto os analistas e economistas convencionais mantêm a esperança a cada ano, que agora vai, a realidade é que todo o estímulo e apoio financeiro disponível não puderam consertar a economia. Está divergência vai continuar,  ou em algum momento a bolsa e o PIB irão convergir?

No post ouro-queda-de-um-astro eu tinha proposto duas estrategias: Ou ficar vendido com stop a US$ 1.700 ou não fazer nada, mas comprar nem pensar! Para quem ficou vendido recomendo ajustar o stop para US$ 1.600, que deve ser próximo de seu preço de venda. 

Estamos nos aproximando de um ponto muitíssimo importante que é US$ 1.525/US$ 1.530, vejam que será a 4ª vez que isto acontece nos últimos dois anos. Eu antevejo duas possibilidades apontadas no gráfico.

-David, lá vem você de novo, se não cair vai subir, assim qualquer acerta!
Puxa, pensei que você já tinha se acostumado! Não tem como mudar, o que eu posso é estabelecer um caminho mais provável, mas apostar tudo numa direção, não é com o mosca.

Acompanhe meu raciocínio: A direção sugerida estava correta, em seguida é necessário atingir este ponto (US$ 1.525/US$ 1.530), para continuar caindo e por ultimo, se chegar neste número, você deve decidir se continua e "aperta" o stop ou cai fora e aguarda, it´s up to you! Eu vou ficar, apertando o stop, e ter consciência que posso devolver o ganho, lógico que se acontecer, eu não vou gostar!

O SP500 fechou a 1.553, com baixa de 1,05%; o real a R$ 2,0225, sem alteração; o euro a 1,2847, com alta de 0,22% e o ouro a US$ 1.558, com queda de 1,08%.
Fique ligado! 

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