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Mostrando postagens de março, 2013

A ameaça dos softwares

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O assunto abordado hoje não deve ser surpresa para ninguém, mas as estatísticas coletadas bem como o link de um vídeo anexado é impressionante. Já vimos várias histórias de como os robôs estão substituindo o trabalho humano nas fábricas, mas uma tendência muito mais significativa é a substituição de trabalhos especializados por software . Uma das possíveis razão para esta distração é que este processo vem ocorrendo nos últimos trinta anos, porém é nos últimos dez que seu efeito é maior. Sessenta por cento dos empregos nos USA são na área de processamento de dados, é razoável supor que quase todos estes postos são auxiliados por máquinas que executam tarefas de rotina. Estas máquinas fazem alguns trabalhadores mais produtivos e outros dispensáveis. Entre 2000 e 2010, 1,1 milhão de secretárias foram eliminadas, substituídas por serviços de internet, o número de operadoras de telefone caíram 64% e os agentes de viagem 26%. Mas não foi só na América, pois na Europa dois terços do

Jorrando dinheiro

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Na última semana foi noticiado que a agência de risco Moody´s rebaixou as notas de crédito da Caixa Econômica Federal, do BNDES e da BNDESPar, empresa de participações do banco. O motivo citado deve-se a “deterioração na qualidade de crédito intrínseca dos bancos e, particularmente, o enfraquecimento das suas posições de capital nível 1”. Eu venho frisando a maneira pela qual o governo vem interferindo na economia e em relação a área bancária, os governantes queriam, porque queriam que os juros baixassem na marra! Numa atitude ingênua, para dizer pouco, resolveram “roubar” clientes dos bancos privados no caso da Caixa Econômica e participar do capital de várias empresas através do BNDES. Como qualquer mercado, o de crédito também está sujeito as leis de mercado e se as taxas eram elevadas, é porque existem distorções no mercado brasileiro. Agora, baixando na porrada, é isto que sucede na qualidade do crédito. O gráfico a seguir, preparado pelo Deutsche Bank, aponta a elevaç

Mosca no divã II

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Há 6 meses eu postei o-mosca-no-diva  e naquele momento externei minha surpresa quanto aos níveis extremamente baixos do VIX , resolvi atualizar o gráfico onde comparo este indicador como o SP500. Uma ideia lá aventada, era que o mercado poderia permanecer num estado “reflexivo” até que o ambiente se tornasse mais claro. Os elementos de risco citados naquele momento, Europa, China, Geopolíticos, ainda existem, porém com uma probabilidade aparente inferior. Nos últimos 23 anos anotei três períodos onde o SP500 apresentou valorização importante, aqui pode-se constatar que a história nunca se repete da mesma forma, vejamos: Neste período compreendido entre 1994 e 2000, o SP500 obteve uma valorização aproximada de 275%, e o VIX começou na região de “ hibernação” ( retângulo horizontal em vermelho) e subiu a elevados 40% a.a. até retornar a níveis mais normais de 25% a.a. Este período foi de 2003 até 2007, o SP500 valorizou aproximadamente 75%, e o VIX permaneceu pr

Je suis désolée!

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Depois de muito “diz que me diz” na semana passada, houve um acordo em relação a situação de Chipre. Os detalhes ainda não são conhecidos porém ficou definido que os depositantes com mais de 100.000 euros pagarão parte da conta, os detentores destes valores estão com seus recursos congelados. Vocês devem lembrar meus comentários que, pelo fato dos países membros do EMU adotarem uma moeda única, permitia uma movimentação de recursos entre países sem custo. Porém esta nova situação imposta pelo governo Cipriota foi quebrada, em outras palavras é como se Chipre tivesse abandonado o euro, mas manteve as aparências continuando. De outra forma, por causa do plano de Chipre, de impor restrições na movimentação do dinheiro, um euro em Chipre não vale mais a mesma coisa que um euro num banco alemão. Em economia se diz que um governo tem a opção de escolher duas entre as três opções: Política monetária independente (fixar seus juros), uma taxa de câmbio fixa e uma movimentação livr

Last Kiss

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Em relação a Chipre a data limite é segunda-feira, e se nada mudar, vamos saber se este país continua ou não no euro. Hoje o assunto é nossas contas externas e o real que está sendo pressionado nos últimos dias. O Governo continua tomando medidas desordenadas com objetivos múltiplos conflitantes, estas atitudes geram distorções, sem resolver os problemas estruturais. Foi noticiado a desoneração do PIS e Cofins sobre o diesel. Estão também, tentando evitar a alta das passagens de ônibus, tudo com o intuito de conter a inflação. Fico de certa forma irritado, pois se os impostos podem ser baixados sem nenhum prejuízo as contas do governo, por que não foi feito anteriormente? Ontem o Senador Álvaro Dias passou um sabão em nosso Ministro Guido Mantega, "Uma previsão equivocada pode ser fruto somente de incompetência, mas também pode ser fruto de mentira deliberada e uma conduta desonesta". O Senador chamou de "contabilidade criativa", "alquimia estatística&

Vai faltar oxigênio

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O ECB deu um ultimato para o Governo de Chipre, ou a proposta de taxar os correntistas é aceita até segunda-feira, ou vai suspender as linhas de crédito aos seus bancos. Isto deve ter colocado pressão nas negociações que vem acontecendo com os Russos, e se por acaso este acordo for fechado, abrirá um precedente importante, pois não é qualquer país e sim a Rússia, fornecendo um pacote de socorro a um membro do EMU! Hummm.... o pessoal da troika não vai gostar nada, nada. Nos já ouvimos inúmeras vezes que a geração dos baby boomers , está se aposentando e várias mudanças estruturais estão acontecendo naquele país, como a elevação de postos de trabalho para os mais idosos, que aceitam salários menores que os mais jovens. Analisando alguns dados podemos entender os motivos destas mudanças. O gráfico a seguir mostra o aumento constante da expectativa de vida tanto dos homens quanto das mulheres, acredito que nenhum comentário é necessário, pois este é um fenômeno mundial.

Catch 22

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E a novela Chipre continua, com a rejeição do programa ontem pelo parlamento. O problema é que agora, independente de sua aceitação ou não, as consequências são irreversíveis. No momento que os Banco abrirem, bilhões de euros serão sacados. A questão é de onde virão os recursos para honrar estes saques. Se o parlamento votar SIM, então os recursos terão que vir do euro sistema. Mas tem uma falha, os Cipriotas já tomaram emprestado 10 bilhões através de dois programas (ELA e target2). Como o "Super Mário" poderá fornecer 20 bilhões para os Russos e outros 20 a 30 bilhões para os Gregos ricos? Quais garantias poderão ser oferecidas para uma economia cujo total do PIB é de 20 bilhões de euros? A não ser que ele (Mário) viole as regras de colaterais impostas pelo ECB, o sistema Cipriota terá um colapso mesmo com um SIM. Agora imaginem um não definitivo, Chipre não terá outra alternativa que não abandonar o euro, e este precedente pode custar muito caro para os outros memb

Senta que o leão é manso

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O assunto do dia continua a situação em Chipre, que aguarda a decisão de seu Parlamento de que forma os correntistas dos bancos serão taxados. Interessante também foi a advertência de um analista, Dennis Gartman, para que tomem muito cuidado como a máfia Russa, pois não existe a possibilidade de que se eles são roubados, os ladrões vão embora. Ontem eu comentei sobre o risco de saques nos países do Club Med e li também que vários comentaristas respeitados acreditam nesta possibilidade. O gráfico a seguir já dá uma ideia da evolução dos depósitos nos países em questão. Como pode-se observar em relação aos Gregos, houve uma estabilização a níveis baixos, assim como os Espanhóis e Irlandeses. Em compensação os Cipriotas e Portugueses continuam a sacar. Algumas informações da imprensa sugerem que 3,4 bilhões de euros deixaram Chipre desde o final de janeiro, isto talvez seja uma boa notícia, pois provavelmente foram grandes depositantes que fizeram estes saques diminuindo o risco,

Maquiavel 101

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Quantas vezes durante a sua vida vocês ouviram falar de um país cujo nome é Chipre? Poucas! É uma ilha localizada ao sul da Turquia, cuja população é de origem predominantemente Grega. Durante o stress do ano passado ocorrido no Club Med, esta ilha nem era citada, uma vez que seus números eram muito inferiores aos de seus vizinhos. Acontece que hoje pela manhã esta ilhota foi manchete de todos os jornais, um dia de glória ao reverso. Durante o final de semana o grupo Europeu reuniu-se para definir um pacote de ajuda para aquele país e, segundo consta, os alemães impuseram que fosse implantado uma taxa nos depósitos dos bancos locais, variando conforme o volume de recursos de cada conta. Comenta-se também que esta imposição alemã foi por conta de sua Constituição e da proximidade de suas eleições. Ontem à noite o mercado da Ásia recebeu negativamente e como antes pairava um excesso de otimismo, as bolsas caíram e o dólar subiu contra o euro. Sem entrar nos detalhes, pois ain

China: It's to good to be true!

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Eu participo das reuniões mensais na Rosenberg e Associados onde são abordados dados econômicos dos principais países, mas com foco no Brasil. É um trabalho de ótima qualidade, onde misturam-se  um grupo de jovens economistas com pessoal mais experiente, ou no jargão de mercado " macacos velhos", onde me incluo. Na semana passada, o Dr. Luis Paulo Rosenberg, que atualmente não sei  se entende mais de economia que futebol ( Hahahahah...), levantou uma dúvida: Será que podemos acreditar nos dados publicados na China? Não é estranho que tudo funciona lá como um "reloginho" ? Depois de alguns segundos de reflexão achei extremamente pertinente, sabemos que as informações naquele país são trancadas a sete chaves, tudo é um pouco misterioso. Vou contar uma passagem da minha vida profissional para ilustrar uma situação semelhante , em 2.006, quando estava envolvido na administração de fundos, recebi a visita de um grande banco estrangeiro que puxou um folheto pa

Real: Discrepâncias

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Na semana passada eu liquidei a posição de dólar contra o real, a única posição sugerida neste ano! Os meus dados técnicos apontavam para esta venda tática, vislumbrando um nível melhor, um pouco mais abaixo. Desde então o US$ caiu e se recuperou esta semana, situando-se mais ou menos nos níveis. Por outro lado, estamos presenciando uma valorização do dólar contra a maioria das outras moedas, e este fato é importante também. Hoje recebi um relatório elaborado pelo Deutsche Bank que auxilia em nossa análise, o mesmo relaciona todas as moedas dos países emergentes e verifica suas correlações com o dólar em várias janelas, veja abaixo. Focando nas moedas latino americanas, os motivos citados para esta distorção são: Crescimento econômico forte; proximidade aos USA; e elevadas taxas de juros internas, no caso do Brasil se aplica a última, uma vez que hoje em dia qualquer juro mais elevado, é ótimo. Em todo caso, estas distorções devem ser ajustadas no futuro e um dos cata

Mundo Incerto

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Como os mercados tem tido uma performance positiva, os terroristas de plantão estão quietos. No jargão de mercado foi incorporado um termo usado em boxe, quando um dos lutadores vai a nocaute e seu treinador "joga a toalha". Aqui também, quando um analista desiste de suas ideias e muda de posição usa-se o mesmo termo. David, eu sabia, preparou o terreno para jogar a toalha, finalmente! Not yet! Mas estou observando vários analistas que "jogaram a toalha". Veja que  a razão para eu não embarcar nesta onda é o risco x retorno, mas  tenho dito que se você quiser entrar, a minha recomendação é que tenha um stop curto. Eu já passei situações semelhantes e normalmente terminaram mal, dois são os motivos: Primeiro que você acaba se influenciando e mudando suas ideias sem muita convicção, mais pelos lucros; e segundo que, se o mercado tender à sua premissa inicial, existe uma possibilidade de você virar “torcedor” e não buscar zerar e mudar de ponta, é human

Baby Boomers

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Acredito que todos já ouviram o termo Baby boomers , em rápidas palavras foi a explosão populacional ocorrida depois da 2ª Guerra Mundial, estes bebês estão agora se aposentando, e esta situação demográfica está ocasionando um problema para a economia americana. Eu tive acesso a um relatório muito interessante que aborda este tema e avalia suas consequências no emprego americano. Inicialmente veja a tabela a seguir sobre os americanos nos últimos 5 anos. Durante este período a população cresceu 12,0 milhões, sendo que 2,2 milhões estão a busca de empregos, enquanto 9,8 milhões desistiram de buscar trabalho. O número de empregos decresceu sendo que o FT ( full-time ) foi o maior prejudicado com queda de 5,2 milhões, em detrimento de um pequeno aumento no PT ( part-time) . Agora o "bag family"  explodiu! Hoje 13,5 % da população americana vive com subsídios alimentares do Governo (SNAP). Este analista calculou uma relação entre as pessoas empregadas sobre

O real visto com uma lupa

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Os últimos dados de inflação tem preocupado muito o Governo, na semana passada foi publicado o IPCA do mês de fevereiro, e a “gambiarra” nas contas de luz não foi suficiente para retroceder os índices, registrando uma taxa anual de 6,31%. Mais que rapidamente nossa Presidenta resolveu agir e no final de semana anunciou a desoneração dos itens da cesta básica, que poderá ter um impacto de 0,5% na inflação. Os agentes econômicos já estão perdendo a esperança e projetam a inflação para o final deste ano a 5,82%, próxima a banda superior. Quanto aos juros já se formou um consenso, que terá que subir e estes mesmos analistas apontam para um nível de 8% no final de 2013. A política ficou clara, postergam-se os aumentos que derem (gasolina, transporte urbano..), diminuem-se os impostos onde tem um bom impacto no índice (contas de luz, desoneração da cesta básica) e rezam, porque o problema está na escassez de mão de obra e aí não tem manobra. A estratégia adotada de querer c

O céu é o limite

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Os dados relativos ao desemprego nos USA foram melhores do que o esperado, criou-se 236.000 empregos e a taxa de desemprego caiu para 7,7%. Além destes dados outras medições também foram positivas. Abaixo os dois gráficos relativos a estes números.  Não é necessário ser nenhum grande economista para concluir que está havendo uma recuperação mais consistente. A reação do mercado foi, "agora vai", e como ultimamente já estava positiva, reforçou a tendência de alta das bolsas. Os analistas que estavam pessimistas, onde eu me incluo, tiveram que sair correndo para justificar suas recomendações: ..." Deixe o mínimo possível em ações, pois esta alta é semelhante a do último crash " ..." Quanto mais a bolsa sobe, pior será o crash "..." As vezes as pessoas esquecem que o mercado de ações não é a economia"... e por aí vai. Quando eu trabalhava na Planibanc um dos sócios, e ex-ministro, tinha uma frase que se encaixa bem a situação.

BCB behind the curve

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Ontem foi realizada a reunião do COPOM, e como já era esperado pelo mercado não houve alteração na taxa SELIC, mas houveram mudanças importantes no comunicado. A ideia de dar uma de FED, fixando os juros por um longo período foi abandonada, ao contrário deixou a porta aberta para eventuais elevações dos juros no futuro, sem dar nenhuma pista do quando. O nosso BC recuou! Mas quem não erra? É normal avaliar as ações tomadas e mudar caso necessário. Mas eu ainda não estou tão convencido assim, pois será que nossa autoridade recuperou sua autonomia se desvencilhando das pressões políticas? A razão de meu ceticismo é função dos motivos que motivaram a queda abrupta de juros nos últimos tempos, se vocês se lembram a nossa Presidenta preanunciou a queda, justificando-a por conta de uma economia que crescia pouco, e pegou uma carona no ambiente externo ruim daquele momento. Mas a elevação da inflação deve-se a uma situação de pleno emprego que vivemos, adicionada da melhora do consumo

Você confia no Bernanke?

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Sem dúvida que se pode confiar no Bernanke, ele transmite muita confiança, mas até aí dizer que os juros não vão subir até o final de 2015 é outra coisa, não depende só dele. Eu comentei no post  dissidência-no-fed  as divergências que afloraram na última reunião do FED, e daqui em diante uma certa disputa de egos é esperada, afinal economistas tem este perfil. Os dados publicados recentemente tem sido positivos, e parece que as áreas de construção de casas e investimentos em equipamentos tem melhorado, se vai se sustentar é outro caso. Por um instante vamos assumir que a economia consiga crescer algo em torno de 2% a 3%, o que isto pode mudar nos mercados? Muita coisa, o FED teria que iniciar um movimento de retirada dos estímulos, pois se nada for feito é só uma questão de tempo para a inflação ganhar força, e isto ninguém quer. Um analista do Banco Société Générale publicou um relatório cujo título é:  "O retorno do rendimento: Preparando para alta das taxas de long