O Bernanke só pensa naquilo


Quem não lembra do Chico Anysio em seus inúmeros personagens criados? Não se faz mais humoristas como antigamente, não é saudosismo, mas realidade, afinal hoje em dia dificilmente assiste-se televisão, com exceção das novelas! A atriz já falecida Zezé Macedo, que é recordista feminina no Brasil em participações de cinema, fazia o papel de Dona Bela, a aluna puritana, que usava a frase:...Ele só pensa, Naquilo...
O Ben Bernanke, Presidente do poderoso Banco Central Americano declarou que o desemprego tem que cair, custe o que custar. Então será que ele, Só pensa, naquilo? Ou melhor nos empregos? Hahahahahah.....
Bem como esta é a tônica do FED, vamos acompanhar de perto o assunto. O gráfico a seguir apresenta a criação de empregos em diversos países que passaram por uma crise financeira.



Eu marquei a Finlândia e Suécia, que passaram por um stress financeiro enorme, em 1991 a taxa de juros no over-night chegou a 400% a.a., padrão brasileiro! Qual o motivo? O câmbio fixo que prevalecia na época. Eles adotaram o modelo clássico para enfrentar esta situação, liberou-se do sistema conhecido na época como snake, e passaram alguns anos no sufoco. Embora o resultado tenha sido excelente, pois a economia cresceu numa base sólida, o emprego demorou 17 anos para atingir o nível anterior. 

Outro que merece destaque é o Japão, que ao contrário dos Europeus do norte, não deixaram nenhum banco ou empresa quebrar, através de maciças injeções de liquidez e compra de ações das companhias com problemas. Sound familiar? Helicópteros! A consequência, é que até hoje, depois de 23 anos o emprego ainda não voltou àqueles níveis.

Quando observamos a situação dos USA, parece melhor que a de seus pares, mas não se pode esquecer dos elevados volumes de recursos injetados, e qual será a consequência quando os mesmos forem retirados.

Uma reportagem da Bloomberg  notou que a demanda fraca está forçando novos e acelerados cortes de custos em companhias como o Bank of America, Hewlett-Packard, Staples e Kodak, ofuscando as perspectivas  para o mercado de trabalho. As grandes companhias estão preocupadas com o que se chama fiscal cliff, que refere-se a retirada dos incentivos via redução de impostos, feitas no passado.  Só o BA e HP, que já anunciaram seus cortes, 60.000 postos a serem eliminados, e com a dúvida fiscal, é provável que muitas empresas vão postergar para o próximo ano, após as eleições, suas eventuais contratações.

No final de semana comentei que estava aguardando uma retração do ouro, para propor um trade de compra. Ultimamente tenho encontrado vários analistas de respeito imaginado que os USA estão próximos de uma recessão, o que não seria muito bom para o metal. Por outro lado, outros acreditam que os ativos devem se apreciar, e o ouro é citado pela grande maioria.

Ontem postei bons-conselhos, que enfatiza vários pontos a serem seguidos na área de investimentos. Usando o conceito do item 2 (evite projeções e previsões) para não se influenciar pela previsões, acredito que o item 3 (entenda o comportamento das massas) pode prevalecer, e mais importante, que não estamos ainda no item 4 (pense como um contrário). Em função destes argumentos, vale uma compra, SE o ouro retrair até a área grifada em vermelho no gráfico abaixo.

Só falta combinar com o pessoal que está comprado para vender um pouco, só um pouco! Hahahahah....

O SP500 fechou a 1.445, sem alteração; o real a R$ 2,0255, sem variação; o euro a 1,2917 com alta de 0,24% e o ouro a US$ 1.773, com baixa de 0,23%. 
Parece que o mercado está na dúvida e fica sem oscilação, pode ser por conta do anúncio da taxa de desemprego na próxima sexta-feira. Hummm.....
Fique ligado!

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