Finanças Públicas 101

Uma expressão que me intrigava quando lia assuntos em inglês, era quando o número 101 acompanhava um tema, por exemplo: Economics 101. Ao pesquisar o assunto entendi que este número era usado sempre que se desejava dar uma ideia de conceitos básicos, o equivalente em português ao b a ba .., acho que o modelo inglês é mais simpático e vou usar daqui para frente.
Então vamos ao assunto de hoje que foi colocado pelo Dr. Woody Brock no 9th Annual Strategic Investment Conference, realizado neste final de semana.

Ultimamente estamos presenciando um debate enorme entre austeridade e gastos, ambos aumentando a dívida pública. Os elevados níveis de dívida sobre o PIB devem ser reduzidos, não resta a menor dúvida sobre isto, pois em níveis elevados corroem a prosperidade no futuro. Mas qual o sentido da palavra déficit?

Vamos imaginar dois países diferentes:

País A: Gasta U$4,0 trilhões e arrecada U$3,0 trilhões, criando um déficit de U$1,0 trilhão. Para poder se financiar o Tesouro terá que emitir novos títulos neste valor. Este novo débito é simplesmente usado para cobrir as despesas, mas não gera  nenhuma renda, deixando para o futuro um buraco.

País B: Gasta  U$4,0 trilhões e arrecada U$3,0 trilhões, entretanto este U$1,0 trilhão excedente, que foi financiado por emissão de dívida, foi investido em projetos e infra estrutura, que implica numa taxa de retorno positiva, neste caso não tem deficit uma vez que o retorno cobre o buraco.

Não há desacordo na necessidade dos governos gastarem, o desacordo é no abuso e na destruição destes recursos. A teoria de Keynes  é que quando o setor privado diminui seus gastos, o governo deve estimular  com gastos públicos. O problema desta teoria, que é correta, é que ela é usada de maneira abusiva. Quando a economia está forte e crescendo, o gasto público deve ser reduzido, e isto nunca foi o caso. Atualmente os gastos governamentais são basicamente (aproximadamente 70%) despesas correntes em relação ao que produz investimentos.

Não é simples e lógico? Em minhas leituras, só consigo pensar em um governo que usa esta teoria corretamente a CHINA, os outros por não quererem cortar seus gastos com pessoal, não sobra dinheiro para investimentos.

O Soup du Jour é a vitória, totalmente aguardada, do candidato socialista François Hollande. Durante à noite na Ásia o euro chegou a cair 1% atingindo a cotação de 1,2960, porém logo pela manhã se recuperou um pouco e está acima de 1,30. Minha experiência de governantes que ganham eleições com discursos de mudanças grandes, na hora que coloca o bum, bum na cadeira vê que não é bem assim, e que se quiser desafiar o mundo levará o país a banca rota, lembram-se do Lula em 1999? Uma semana antes de ganhar as eleições o real chegou a sua cotação máxima de R$4,00! Para complementar os juros dos títulos franceses estão em queda. Hummm...

O SP500 fechou a 1369 sem alteração o real a R$1,9201 com baixa de 0,32% o euro a 1,3055 com baixa de 0,20% e a libra a 1,6193 com alta de 0,24%.
Fique ligado!

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